A Pastoral Social da Diocese de Santarém (PA) lançou uma nota na alertando as autoridades públicas sobre os conflitos na região do Pacoval (Rio Curuá Una e Curuatinga). A nota denuncia que empresas madeireiras exploram sistematicamente os recursos naturais de assentamentos da região, deixando diversas comunidades sem acesso a estes recursos. A Pastoral afirma que a resistência comunitária à invasão das terras está sendo respondida com ameaças e violência pelos madeireiros.
Nesta quarta-feira (10), o líder comunitário de Curuá II, Valdecir Gomes, denunciou à Radioagência NP que os madeireiros estão armando um esquema para matá-lo.
“Por causa de muitas denúncias que a gente fez eles garantem que brevemente vão me fazer [matar]. Inclusive eles me chamam de linguarudo, que eu estou avançando onde não deveria. E eles citam o seguinte: somando cada metro de madeira de ipê que é preso lá, vai ser o valor da minha vida. Minha preocupação maior é com a minha família, com o pessoal do assentamento e as outras lideranças, até porque a gente não vai parar de lutar pelo que é nosso”.
Valdecir disse que, recentemente, houve uma morte muito estranha de um rapaz que trabalhava para uma empresa madeireira.
“Não entregaram o corpo para a família, falaram que o rapaz tinha morrido de derrame e, quando o caixão chegou, eles mesmos fizeram o enterro e não deixaram a família denunciar. Este rapaz parece que falou alguma coisa com relação ao esquema lá dentro”.
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