SUELEN REIS - TV TAPAJÓS
Em Alter do Chão, um deslumbrante balneário à beira do Rio Tapajós, no oeste do Pará, fica um hospital de peixes-boi.
Esta semana, houve um grande acontecimento: pela primeira vez peixes-boi de água doce mantidos em cativeiro foram reintroduzidos à natureza.
Mesmo estando na lista de animais ameaçados de extinção, o Ibama estima que cerca de 500 peixes-boi sejam mortos por ano.
“Matar o peixe-boi é o mesmo que matar a Amazônia”, disse um menino.Kika e Hargos perderam a mãe para os pescadores. Eles foram resgatados, mas chegaram ao centro de recuperação muito fragilizados.
Foram alimentados como bebês. Durante dois anos, os pequenos órfãos ficaram em tanques, em tratamento de reabilitação. A volta para casa foi uma operação delicada. Antes de serem soltos, foram examinados pelos biólogos.
As crianças, que aprenderam a amar os peixes-boi nos tanques do centro, foram se despedir."Tem criança que não conhecia o peixe-boi, foi conhecer mesmo olhando no tanque, porque na natureza é difícil de ver", conta a bióloga Carla Aguilar.
Depois de quase duas horas de viagem, a equipe chega até a comunidade de Anumã, que fica dentro de uma reserva florestal extrativista.
O lago da vila será a nova casa de Kika e Hargos pelos próximos quatros meses, o que corresponde ao período de seca na Amazônia. Depois eles voltam às águas do Rio Tapajós.A partir de agora, os animais serão monitorados por radiotelemetria.
Daqui a alguns meses, na cheia, quando o lago se unir ao rio, Kika e Hargos estarão livres para seguir a vida pelos rios da Amazônia.
“Quando o rio encontrar de volta com o lago, outros peixes-boi entrarão aqui e eles poderão interagir com eles e até sair com eles no deslocamento que eles fazem para o Rio Tapajós, quando o rio começa a secar de novo”, explicou Fábia Luna, coordenadora do projeto peixe-boi.Enquanto isso, no lago, são a mais nova atração da comunidade, que, ao invés de caçar, sabe que precisa cuidar do peixe-boi.
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