sexta-feira, 13 de março de 2020

Coronavírus, coitado, leva a culpa pelo fim da “Marcha de Itararé”


POR FERNANDO BRITO
Jair Bolsonaro, não sei se sem ou com a fantasia de uma máscara antivírus (que, na sua live de
Facebook foi um erro da produção, porque é um modelo errado não é N95, que dá proteção eficaz)
entra em rede nacional de rádio e TV para “desconvocar” a manifestação que não estava convocando.
A “Marcha de Itararé”, que foi usada por duas semanas para pressionar o Congresso e o Supremo,
com a ameaça atropelá-los tinha, desde o início, o destino de ter esta morte antecipada, com a
desculpa do coronavírus.
Este blog vem afirmando isso desde o fevereiro.
Qualquer um percebe que a flama bolsonarista murchou muito e permanece apenas nos gravemente
contaminados pelo ódio.
Tanto não funcionou que teve uma pesada derrota ontem, com a derrubada do veto à ampliação do
Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma pauta que não lhe deixou muito espaço para
vociferar contra os parlamentares.
O que não se esperava é que os fatos ajudassem e ocorressem situações concretas, como o do sujeito
que aparelha a Secretaria de Comunicação do Presidente ter testado positivo pelo vírus e, dadas as
horas e intimidades em hotel e no avião, poder ter passado o patógeno ao próprio Bolsonaro.
Assim, o presidente fica poupado de ter de exibir a musculatura política que não tem.
E dá ao Brasil dois acontecimentos inéditos na República: uma “manifestação espontânea”
convocada por ele dentro e uma quartel da Força Aérea e “desconvocada” em rede nacional de
televisão.
O ato acabou porque nunca foi para valer.

Nenhum comentário: