O presidente Lula prestou depoimento nesta quarta-feira 19/II em inquérito que tramitava, até
então, em sigilo. A ação foi instaurada por requisição de Sergio Moro, ministro da Justiça de
Jair Bolsonaro, por suposta violação da Lei de Segurança Nacional.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depôs em Brasília, na manhã desta quarta-feira, 19, como
investigado em um inquérito para apurar se ele violou a Lei de Segurança Nacional. A investigação,
sob responsabilidade da Polícia Federal, foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro.
investigado em um inquérito para apurar se ele violou a Lei de Segurança Nacional. A investigação,
sob responsabilidade da Polícia Federal, foi aberta a pedido do ministro da Justiça e Segurança
Pública, Sergio Moro.
Segundo um técnico do ministério, trata-se de uma representação por crime contra a honra do
presidente Jair Bolsonaro. A suposta infração ocorreu um dia após a libertação de Lula, que cumpriu
580 dias de prisão na sede da Polícia Federal de Curitiba. Durante seu discurso no Sindicado dos
Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, o ex-presidente afirmou que Bolsonaro “governava para
milicianos”.
O trecho em que Lula cita o presidente Bolsonaro foi o seguinte: “Tem gente que fala que tem de
derrubar o Bolsonaro. Tem gente que fala em impeachment. Veja, o cidadão foi eleito.
Democraticamente, aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Mas
ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de
Janeiro”.
O próprio presidente Bolsonaro havia ameaçado de enquadrar o petista na Lei de Segurança
O próprio presidente Bolsonaro havia ameaçado de enquadrar o petista na Lei de Segurança
Nacional. Dois dias depois do discurso de Lula, o presidente afirmou: “Temos uma Lei de Segurança
Nacional que está aí para ser usada. Alguns acham que os pronunciamentos, as falas desse elemento,
que por ora está solto, infringem a lei”.
Mais cedo, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) postou um tuíte sobre depoimento dado por
Lula. A petista classificou o episódio como “inacreditável”. Gleisi compareceu à audiência junto
com Lula e com o deputado Paulo Pimenta (PTRS).
Hj, junto com @DeputadoFederal, participei de uma audiência inacreditável, de inquérito contra o presidente Lula. Requisição de Sérgio Moro com base na Lei de Segurança Nacional, desenterrada do regime militar, pq Lula falou das notórias relações do governo com milicianos.— Gleisi Hoffmann (@gleisi) February 19, 2020
depoimento de Lula. "Acompanhei com Gleisi Hoffmann o Lula em depoimento na PF em função de
solicitação de Sérgio Moro. O Ministro, agindo como jagunço de milicianos, tenta constranger e
intimidar Luia baseado na Lei de Segurança Nacional. Sérgio Moro acha que intimidando Lula fará o
povo brasileiro mudar sua percepção de que este é um governo com íntimas relações com o crime
organizado? Será que de fato ele imagina que deixaremos de afirmar que Queiroz e Adriano faziam a
ponte da famigliia com as milícias?", publicou.Lula ainda prestará depoimento na tarde desta quarta
na Justiça Federal de Brasília, em razão de uma
ação penal em que é réu, no âmbito da Operação Zelotes.
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