quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

PALAVRA DE TRUMPONARO: “Um discurso simplesmente FANTÁSTICO de Donald Trump”, escreve Bolsonaro. “‘NOSSO TRABALHO É COLOCAR OS EUA EM PRIMEIRO ”, acrescentou!!


por Joaquim de Carvalho
Pela primeira vez na história, um presidente brasileiro saudou o mais simbólico pronunciamento de
um presidente dos EUA como “fantástico”. O que mais chamou a atenção é que Jair Bolsonaro 
reproduziu entre aspas um frase de Donald Trump:”Nosso trabalho é colocar os Estados Unidos em 
primeiro lugar”, disse.
Ao reproduzir a frase em sua página no Facebook, Bolsonaro está querendo dizer que concorda com 
Trump. Nesse caso, qual seria o papel do presidente brasileiro? Colocar o Brasil a serviço desse 
objetivo.
E, efetivamente, as ações do chefe de estado brasileiro mostram que a concordância de Bolsonaro 
não fica apenas no plano das ideias, de um desejo íntimo.
O discurso sobre o estado união, uma obrigação constitucional americana, se destina a informar à 
nação como estão as coisas naquele pais. No caso, informar à nação do norte.
Até o surgimento do rádio, os presidentes enviavam um relatório por escrito no início do ano ao 
legislativo. Depois, passou a ser um discurso, transmitido pelos veículos de comunicação, como um 
grande acontecimento.
Entre os americanos, a fala do presidente é alvo de intenso debate, seja pelos veículos de 
comunicação ou diretamente entre as pessoas. Bolsonaro se comportou como se fosse governado por 
Trump, um cidadão norte-americano.
“Um discurso simplesmente FANTÁSTICO de Donald Trump”, escreveu ele. “‘Nosso trabalho é 
colocar os Estados Unidos em primeiro'”, acrescentou.
Alguns trechos do discurso devem despertar preocupação nos brasileiros. Trump comemorou a morte 
do general iraniano Qassem Soleimani, herói iraniano.
Como elogiou o discurso como um todo, Bolsonaro também endossa a fala, o que pode representar 
prejuízo para o Brasil, que tem no Irã um parceiro comercial hoje com resultados mais expressivos 
do que com os Estados Unidos.
O saldo do comércio com o país persa é superior a 2 bilhões de dólares. Ou seja, o Brasil vende para 
o Irã muito mais do que compra. Já em relação aos Estados Unidos, a balança pende em favor do 
país de Trump: Compramos muito mais do que vendemos. O déficit é superior a 350 milhões de 
dólares.
Em outro trecho do discurso à nação norte-americana, Trump sinalizou uma ofensiva maior contra a 
Venezuela. “O domínio da tirania de Maduro será esmagado e destruído”, declarou.
O aplauso de Bolsonaro à fala de Trump também representa aval a essa declaração, de tom bélico, e 
isso é particularmente danoso à estabilidade da América do Sul.
Quem estava presente no Congresso dos Estados Unidos para ouvir a fala dele é Juan Guaidó, que se 
autoproclamou presidente venezuelano. No caso dele, faz sentido.
É um presidente de mentirinha.
Já Bolsonaro tem outras responsabilidades, como mandatário eleito. Ou seria o presidente brasileiro 
também um fantoche?

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