quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

ENQUANTO PERSEGUEM AMBIENTALISTAS... GRILEIROS FAZEM A FESTA DENTRO DA APA ALTER DO CHÃO -


Por: Manoel Cardoso - Portal Santarém
Placas de vendas de lotes são vistas por quem caminha dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) 
Alter do Chão, na Região Metroplitana de Santarém (RMS), no oeste do Pará.
Alvo de invasores e grileiros, a localidade conhecida como Capadócia, às margens do Lago Verde, 
em Alter do Chão, vem sendo alvo do grileiro Silas Soares da Silva, há cerca de cinco anos, de 
acordo com investigações do Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA).
Esta área de proteção ambiental foi a mais atingida pelo incêndio que destruiu, em setembro de 2019, 
parte da vegetação natural, do balneário mais famoso do Pará, conhecido mundialmente o "Caribe da 
Amazônia".
Segundo vizinhos da APA, o valor dos lotes vendidos na Área de Proteção Ambiental chega a R$ 
100 mil. Cercas construídas após o incêndio e estradas que dão acesso aos lotes, são constatadas por 
quem visita o local.
Ainda de acordo com vizinhos, o som de motosserras e da construção de casas são constantes dentro 
da APA.
INVESTIGAÇÕES EM SIGILO
Segundo o MPF, as investigações sobre a grilagem na Área de Proteção Ambiental correm em 
segredo.
"Não estamos divulgando detalhes das investigações. Não estamos nos manifestando sobre as 
investigações, até que elas sejam concluídas", informou a assessoria de comunicação do MPF.
INQUÉRITO POLICIAL NEGADO
Sobre o ofício enviado à Polícia Civil do Pará, no fim de novembro de 2019, requisitando acesso 
integral ao inquérito que acusa quatro brigadistas por incêndios florestais na APA Alter do Chão, a 
assessoria de comunicação revelou que a Justiça Estadual negou que o MPF tivesse acesso ao 
inquérito e, que por isso, o processo continua na Comarca de Santarém.
DUPLA INVESTIGAÇÃO
Os incêndios que atingiram a APA Alter do Chão, em setembro de 2019, viraram alvo de duas 
investigações diferentes: uma na esfera estadual e outra pelo Ministério Público Federal.
Desde setembro do passado, segundo o MPF, já está em andamento na Polícia Federal um inquérito 
com o mesmo tema. Na investigação federal, nenhum elemento apontava para a participação de 
brigadistas ou organizações da sociedade civil.
Ao contrário, de acordo com o MPF, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 
2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária 
como causas da degradação ambiental em Alter.
"Por se tratar de um dos balneários mais famosos do país, a região é objeto de cobiça das indústrias 
turística e imobiliária e sofre pressão de invasores de terras públicas", afirmou o MPF.
Já na esfera estadual, no fim de dezembro de 2019, a Polícia Civil do Pará decidiu indiciar quatro 
brigadistas, pelos incêndios na área de proteção ambiental em Alter do Chão.

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