A versão é inverossímil, inacreditável, maluca. Segundo ela, cinco integrantes de uma brigada de
voluntários contra incêndio de Alter do Chão, que se tornou o mais famoso balneário do Pará (e dos
mais celebrados balneários brasileiros em todo mundo), simulavam combater o fogo, mas, na
verdade, o desencadearam. De declarados bombeiros se transformaram ardilosamente em
incendiários para bater fotos e espalhá-las à cata de doações para si e sua causa. Um golpe inédito
nos anais desse tipo de história, além de temerário e certamente insustentável.
Com base em diz-que-disse, a polícia prendeu os acusados, jogou-os na cadeia, raspou-lhes os
cabelos, vestiu-os como presidiários e os humilhou o quanto pôde. Inicialmente, o juiz estadual
manteve a arbitrária prisão, voltando atrás dois dias depois, tal foi a reação ao absurdo.
O governador tirou o delegado que iniciara a investigação, mandando - novamente de Belém - outro
O governador tirou o delegado que iniciara a investigação, mandando - novamente de Belém - outro
para continuar o serviço. Trocou seis por meia dúzia, já que o relatório final sustenta as mesmas
ilações do primeiro delegado. Quando se esperava por sólidas provas para sustentar a algaravia
acusatória, o que se vê é ainda pior. Tudo se baseia em testemunhos, dados por pessoas sem
legitimidade ou credibilidade.
Percebe-se facilmente o ânimo de incriminar e dar por definida uma culpa que não se sustenta em
Percebe-se facilmente o ânimo de incriminar e dar por definida uma culpa que não se sustenta em
nenhuma prova, parecendo que a acusação, a prisão e o indiciamento servem a um enredo oculto,
embora não invisível. Se é isso que a polícia civil tem para sustentar o seu procedimento, então se
espera que haja um deslocamento de competência e a participação do Ministério Público para que o
Pará seja poupado, mais uma vez, de se apresentar ao mundo como um lugar de abusos sem os freios
do direito e da justiça. Um sítio da violência, inclusive institucional.
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