O clima no entorno do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) está preso desde o ano passado, foi de tranquilidade na manhã desta
sexta-feira (8). A partir da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), na quinta (7), o petista
pode ser solto ainda nesta sexta.
Com intervalos de silêncio, manifestações e cantoria,
cerca de 100 pessoas aguardam na vigília
montada em frente ao prédio em abril do ano passado, quando o político foi preso.
montada em frente ao prédio em abril do ano passado, quando o político foi preso.
A expectativa, segundo os coordenadores, é que pelo
menos 500 militantes se reúnam no espaço no
período da tarde, somados por caravanas do interior do estado. Já no final da manhã, caminhões com
estruturas de palco estacionavam em frente ao local.
período da tarde, somados por caravanas do interior do estado. Já no final da manhã, caminhões com
estruturas de palco estacionavam em frente ao local.
Alguns dos manifestantes, com bandeiras e batuques,
desembarcaram diretamente no prédio da
Justiça Federal, onde o advogado de Lula, Cristiano Zanin, pretende despachar o pedido de soltura
do ex-presidente com a juíza Carolina Lebbos, responsável pelo processo, no começo da tarde.
Justiça Federal, onde o advogado de Lula, Cristiano Zanin, pretende despachar o pedido de soltura
do ex-presidente com a juíza Carolina Lebbos, responsável pelo processo, no começo da tarde.
A orientação para os manifestantes de outros estados é
seguir para São Bernardo do Campos (SP), na
casa do ex-presidente, para onde ele deve ir caso seja solto.
casa do ex-presidente, para onde ele deve ir caso seja solto.
A militância entoou o tradicional "bom dia" ao político
às 9h. Perto das 10h, Zanin chegou ao prédio
da PF. Um manifestante perguntou, gritando, ao defensor se o político "sai hoje". Zanin acenou
positivamente. Já na saída, o defensor disse que Lula está "sereno", à espera da decisão.
da PF. Um manifestante perguntou, gritando, ao defensor se o político "sai hoje". Zanin acenou
positivamente. Já na saída, o defensor disse que Lula está "sereno", à espera da decisão.
Dois policiais federais à paisana, que disseram
trabalhar na Superintendência onde o político está
preso, compraram camisetas com a estampa de Lula na pequena feira montada dentro da vigília.
"Pode ser o último dia, aproveitei para comprar. Não é todo mundo que apoia o governo",
justificou o escrivão Farley Dias, 43.
preso, compraram camisetas com a estampa de Lula na pequena feira montada dentro da vigília.
"Pode ser o último dia, aproveitei para comprar. Não é todo mundo que apoia o governo",
justificou o escrivão Farley Dias, 43.
A família Souza, de Navegantes (SC), planejou a
primeira visita à vigília antes mesmo do resultado
do julgamento do STF que definiu que só o trânsito em julgado de sentenças condenatórias pode
fazer com que réus sejam presos.
do julgamento do STF que definiu que só o trânsito em julgado de sentenças condenatórias pode
fazer com que réus sejam presos.
"[Depois da decisão] foi um caminho com mais felicidade
para cá", resumiu a artesã Valéria
Severino de Souza. "A esperança é ver hoje ele sair daí, mas a gente sabe que não vai ser tão fácil,
vai ser mais uma luta", completou o marido, Jadir.
Severino de Souza. "A esperança é ver hoje ele sair daí, mas a gente sabe que não vai ser tão fácil,
vai ser mais uma luta", completou o marido, Jadir.
O casal comprou camisetas com a estampa do
ex-presidente para o filho, Paulo Henrique, deficiente
mental. Ele não consegue permanecer por muito tempo na cadeira de rodas, por isso, a família
pretende retornar à Santa Catarina ainda hoje.
mental. Ele não consegue permanecer por muito tempo na cadeira de rodas, por isso, a família
pretende retornar à Santa Catarina ainda hoje.
"Lula é a esperança que a gente tem de futuro melhor
para o brasileiro. Por mais que falem dele, tudo
que ele fez pelo povo é muito maior do que as acusações", afirmou a mãe.
que ele fez pelo povo é muito maior do que as acusações", afirmou a mãe.
"Hoje eu tô louca, rindo e chorando", definiu a índia
pataxó Maria Flor Guerreira, na vigília por Lula
desde o terceiro dia da prisão do político. Mesmo se ele deixar Curitiba, ela conta que não deve
voltar para casa tão cedo. A indígena pretende seguir com o ex-presidente em caravana pelo país,
plano já revelado por Lula para quando sair da cadeia.
desde o terceiro dia da prisão do político. Mesmo se ele deixar Curitiba, ela conta que não deve
voltar para casa tão cedo. A indígena pretende seguir com o ex-presidente em caravana pelo país,
plano já revelado por Lula para quando sair da cadeia.
"Tudo que a gente fizer ainda é pouco diante de todo
desmonte do país, diante de tanto sacrifício que
o Lula faz pelo povo, tenho dever de tentar colaborar", afirma.
o Lula faz pelo povo, tenho dever de tentar colaborar", afirma.
A passos lentos, com a ajuda de andador, a professora
aposentada Juçá Vieira também caminha pela
vigília entre os já conhecidos colegas. "Ele [Lula] valorizou as pessoas, deu oportunidade, apoiou",
diz a idosa, que nas primeiras semanas com o ex-presidente preso, esteve na vigília de cadeira de
rodas.
vigília entre os já conhecidos colegas. "Ele [Lula] valorizou as pessoas, deu oportunidade, apoiou",
diz a idosa, que nas primeiras semanas com o ex-presidente preso, esteve na vigília de cadeira de
rodas.
A professora atuou em escolas rurais durante 12 anos e
se orgulha de fazer parte da história do MST,
um dos movimentos sociais que apoiam o ex-presidente. "É gente que se sente capaz, com coragem
de lutar por aqueles que não tem voz", opina sobre o movimento.(Katna Baran/FolhaPress SNG)
um dos movimentos sociais que apoiam o ex-presidente. "É gente que se sente capaz, com coragem
de lutar por aqueles que não tem voz", opina sobre o movimento.(Katna Baran/FolhaPress SNG)
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