terça-feira, 5 de novembro de 2019

DEPOIMENTO DO PORTEIRO QUE FALOU DO "SEU JAIR" FOI GRAVADO EM VÍDEO

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro registrou em vídeo o depoimento do porteiro do condomínio
Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, que anotou no livro da portaria o número 58 (que se
refere à casa de Jair Bolsonaro) e garantiu ter recebido autorização de "seu Jair" para a
entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz, acusado de participar dos assassinatos de
Marielle Franco e Anderson Gomes, no local, em 14 de março de 2018.
Na sua coluna em O Globo, Lauro Jardim afirma que “a Polícia Civil do Rio de Janeiro filmou o 
depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra que anotou no livro o número 58 (o da 
casa de Jair Bolsonaro) e disse ter ouvido o o.k. do “seu Jair” quando o PM reformado Élcio Queiroz 
entrou no local”.
“Queiroz é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no assassinato de Marielle 
Franco e Anderson Gomes”.
A fonte que passou a Lauro esta informação passou também o vídeo?
Creio que sim, porque depois de Bolsonaro mandou o filho colocar na internet o áudio de um (ou de 
outro) porteiro desmentindo o que constava nos depoimentos do inquérito sobre a morte de Marielle 
Franco e Anderson Gomes, a Globo deve estar pisando em ovos com novas informações vazadas no 
caso.
A esta altura, cópia da imagem deve estar de posse da emissora.
Sugere-se desfocar o rosto do porteiro, antes que aconteça uma desgraça.
Segundo informações de Lauro Jardim no jornal O Globo, a Polícia ainda não periciou a voz desse 
porteiro com a do outro porteiro, que surgiu num áudio divulgado por Carlos Bolsonaro.
Afinal, como o Conversa Afiada informou na segunda-feira 4/XI, a Polícia Civil já sabe que o 
porteiro que prestou depoimento não é o mesmo que fala com Ronnie Lessa, ex-policial militar 
acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco, em áudio divulgado por Carlos Bolsonaro e 
periciado em duas horas pelo Ministério Público.
A portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio (Reprodução: Rede Globo)
A história dos áudios da portaria do condomínio de Jair Bolsonaro e do filho Carlos, na Barra da 
Tijuca, ganhou um novo capítulo na manhã de hoje 5/XI.
No sábado 2/XI Bolsonaro disse que se apossou das gravações: "nós pegamos antes que fosse 
adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos", 
afirmou o presidente durante conversa com jornalistas em Brasília.
Foi o estopim para o deputado Alexandre Molon (PSB-RJ) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-
AP) anunciarem que iriam denunciar Bolsonaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) por 
obstrução de justiça. Afinal, os áudios são provas relacionadas às investigações do assassinato da 
Já o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) falou em instaurar um pedido de impeachment 
contra Bolsonaro.
No domingo 3/XI, em entrevista à RecordTV, o presidente desdisse o que disse: não foi nada do que 
ele falou no dia anterior!
"O que eu fiz foi filmar a secretária eletrônica com a respectiva voz de quem atendeu o telefone. Só 
isso, mais nada. Não peguei, não fiz backup, não fiz nada", afirmou Bolsonaro.
Já nesta terça-feira 5/XI, antes mesmo das 7 horas da manhã, Jair Messias e o Carluxo retomaram o 
assunto no Twitter.
O alvo, desta vez, foram três parlamentares petistas: o senador Humberto Costa (PT-PE), o deputado 
federal Paulo Pimenta (PT-RS) e a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR). Na segunda-feira, os três 
protocolaram junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o presidente e o 
filho Carlos.
Uma notícia-crime é um instrumento jurídico utilizado para informar uma autoridade de que um 
crime ocorreu e deve ser investigado e, posteriormente, julgado - no caso, a possível obstrução de 
justiça.
Os parlamentares também solicitam a busca e apreensão de todo o material capturado pelos 
Bolsonaros, comm a realização de novas perícias nos áudios.
"Agora entram na Justiça pelo fato de eu, como morador, ter acessado a secretária eletrônica do meu 
condomínio. Poderia consultar a qualquer época a secretária eletrônica, nada impede a qualquer 
morador tal procedimento, contudo só foi realizada tal consulta por mim depois de a TV Globo ter 
vazado um processo que estava em segredo de justiça", disse Bolsonaro em seu Twitter.
O Carluxo também se pronunciou: "imagine o absurdo de busca e apreensão aqui em casa por 
acessar a secretária eletrônica onde todos os moradores têm acesso? Não pararei!"
Portanto, os dois confirmam que foram até a portaria do condomínio atrás das gravações...
Em tempo: Carlos Bolsonaro possui as senhas das redes sociais do pai...

A declaração de Bolsonaro sobre ter obtido os áudios é uma estratégia para federalizar as investigações, que passariam a ficar sob o controle do presidente, através de Moro e Augusto Aras. A apuração do crime tem que permanecer com o Ministério Público e a Polícia Civil do Rio.


Descoberta importante da Polícia Civil: o porteiro que prestou depoimento não é o mesmo que aparece no áudio ligando para a casa do Ronnie Lessa. Por isso somos contrários a federalização do caso. As investigações precisam continuar com a PC e o Ministério Público do Rio. https://twitter.com/laurojardim/status/1191450882040385536 


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