quarta-feira, 30 de outubro de 2019

O CHILIQUE.... ASSISTA


POR FERNANDO BRITO 
Não tem volta.
Ou Jair Bolsonaro cai ou parte para um regime autoritário que lhe permita interferir no sistema de
comunicação e cassar a Rede Globo.
O que ele disse hoje em seu Facebook não é pouca coisa.
É de patifes e canalhas para cima.
Diz que a renovação da concessão da Globo depende de ele “estar morto”.
Ataca, apoplético, a emissora e Wilson Witzel, governador do Rio , por ter providenciado o
vazamento das investigações.
Diz que seria o “orgasmo da Globo” ver um de seus filhos preso.
Chama a emissora de “porca, nojenta, porca e imoral”.
Prestou, claro, um serviço ao Brasil, como, pelo lado inverso, a Globo prestou.
A direita brasileira entrou em autofagia. Pode sobreviver sem o Governo, mas não pode sobreviver
sem a Globo.
E a Globo é a dona de seu Ministro da Justiça, Sérgio Moro.
É preciso pensar para ver o que virá disso, embora duas coisas se saiba que virão.
A primeira, é que boa coisa não será. A segunda, é que algo e bom sobrará deste improvável
confronto. Tão importante quanto que os de baixo não possam suportar é que os de cima não possam
suportar-se.
A crise política explodiu e nada a vai deter.
Bolsonaro tinha passagem para o Rio no dia da 
“visita” do matador
POR FERNANDO BRITO

Embora a lista de presença da Câmara dos Deputados no dia 14 de março, data em que teria se dado
a “visita” de Élcio de Queiroz ao condomínio onde mora Jair Bolsonaro para buscar o ex-PM Ronnie
Lessa para assassinar a vereadora Marielle Franco, aquela sessão foi encerrada, sem votações que
comprovassem a presença de deputados no plenário.
Naquele dia 14 de março do ano passado, Jair Bolsonaro havia comprado dois bilhetes aéreos com
destino ao Rio, ambos pela Gol: um o de código WQ2GUH, com destino ao Santos Dumont. Outro,
de código YG3JQI, dirigindo-se ao Galeão. O do Santos Dumont, no dia seguinte, foi estornado,
possivelmente por nãoter sido usado.
Portanto, o nosso “capitão-presidente” pode, facilmente, provar que não viajou para o Rio em
horário compatível com o de ter sido identificado pelo porteiro como o “seu Jair” que deu ordem de
entrada ao motorista do assassinato. Basta pegar um extrato do seu cartão de fidelidade com o
número do vôo em que pontuou.
Simples assim.
Melhor que culpar seu ex-aliado Wilson Witzel, a que atacou lá da Arábia:— Esse processo está em 
segredo de justiça. Como chega na Globo? Quem vazou para a Globo? Segundo a (revista) Veja, 
quem vazou foi o seu governador Witzel. Ele que explique. O que cheira isso aqui? O que parece? 
Que ou o porteiro mentiu ou induziram o porteiro a produzir falso testemunho. Ou escreveram 
algo no inquérito que ele não leu e assinou embaixo em confiança ao delegado ou a aquele que 
foi ouvi-lo na portaria.
Essa briga do Bolsonaro com a Globo me parece o que o velho Brizola falava da luta entre “o
Demônio e o Coisa-Ruim”, onde o Inferno sempre vencia.
Mas parece que, desta vez, um dos dois vai terminar cheirando a enxofre.

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