quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Evo Morales: 'Já ganhamos no primeiro turno'


Apuração, na reta final, mostra uma vantagem superior a dez pontos percentuais em relação a
Carlos Mesa; segundo Morales, faltam apurar votos da zona rural, onde é mais forte.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, comemorou nesta quinta-feira (24/10) os resultados que 
mostram uma vantagem superior a dez pontos percentuais em relação ao candidato da oposição,
Carlos Mesa, o que garante sua vitória em primeiro turno.
“Começamos com uma boa notícia”, disse Morales, ao inciar uma entrevista coletiva à imprensa na
sede do governo boliviano. O mandatário citou que, com 98,42% das urnas apuradas, havia obtido
46,83% dos votos, contra 36,7% de Mesa, segundo dados oficiais do TSE (Tribunal Supremo
Eleitoral).
Na Bolívia, não é necessário obter 50% + 1 dos votos para se vencer no primeiro turno. Se o líder
obtiver mais de 40% e tiver uma diferença de ao menos dez pontos percentuais em relação ao
segundo colocado, a eleição termina.
No momento, a diferença entre Morales e Mesa é de 10,13 pontos percentuais - cerca de 600 mil
votos.
“Já ganhamos no primeiro turno. Falta, todavia, computar 1,58% e, novamente, quero dizer que, de
acordo com a informação preliminar que temos, se trata do voto da área rural [onde o MAS, partido
do presidente, é mais forte].”
Dois departamentos ainda não concluíram a apuração: Chuquisaca, no qual Mesa está com cerca de
40 mil votos de vantagem em 70,4% das urnas apuradas, e Beni, em que os dois estão praticamente
empatados (com 99,69% apurados, a diferença entre os candidatos é de 91 votos, com vantagem para
Morales).
Segundo turno
No entanto, questionado sobre se temia a realização de um eventual segundo turno, Morales disse
que poderia ser “lindo” ter uma nova disputa. “Faltam cerca de 120 mil votos. Vamos respeitar: se o
resultado final disser que há segundo turno, vamos; se o resultado disser que não tem, vamos
defendê-lo. Que lindo seria ir a um segundo turno, porque todos [os opositores] estariam juntos”,
afirmou.
O presidente boliviano acusou a oposição de tentar desestabilizar o governo, e chamou Mesa, que
convocou protestos contra o resultado do pleito, de “covarde” e “delinquente”.
“Todo o povo boliviano sabia que era um covarde. Agora, se demonstrou que não era somente um
covarde, era um delinquente”, afirmou.

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