sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Miliciano que “O1” condecorou teria tramado morte de Marielle, diz “Curicica”


O miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, afirmou ter participado de um 
encontro no Rio em que um dos chefes do “Escritório do Crime” e um policial militar que 
trabalhou como assessor do político Domingos Inácio Brazão, discutiram, no entendimento 
dele, o assassinato da vereadora Marielle Franco. As informações constam nos depoimentos 
prestados por Curicica à Polícia Federal e a procuradores da República, no presídio federal de 
Mossoró (RN). A PF e a PGR (Procuradoria-Geral da República) consideram Brazão o 
principal suspeito de ordenar o atentado que resultou na morte de Marielle e do motorista 
Anderson Gomes.   “Domingos Inácio Brazão é, efetivamente, por outros dados e informações 
que dispomos, o principal suspeito de ser o autor intelectual dos crimes contra Marielle e 
Anderson”, lê-se no relatório da PF sobre o caso. O encontro descrito por Curicica ocorreu no 
ano de 2017, no Mirante do Roncador, ponto turístico da zona oeste do Rio.
Reportagem de Flávio Costa, do UOL, revela que o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando 
Curicica, declarou, em depoimento à Polícia Federal, no presídio de Natal (RN), onde está preso, que 
o major Ronald Pereira, chefe da milícia “Escritorio do Crime”, participou de um encontro com ele, 
o subtenente da PM Antonio João Vieira Lázaro, que trabalhou como assessor do ex-deputado 
estadual Domingos Brazão, e Hélio de Paulo Ferreira, miliciano conhecido como “Senhor da 
Armas”, para planejarem o assassinato da vereadora Marielle Branco, em 2017.
Na reunião, o major Ronald afirmou que “teriam que resolver um problema para o amigo do 
Tribunal de Contas”. Brazão é conselheiro afastado, por suspeita de corrupção, do Tribunal de 
Contas do Rio de Janeiro. Curicica disse aos investigadores que, naquele momento, ele não teria 
entendido do que se tratava, “porém tempos depois associou que a fala poderia ser referente à 
morte da vereadora Marielle Franco”.
Ronald recebeu, em 2004, moção de louvor do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que 
também condecorou seu cúmplice na milícia, o capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, de 
quem empregou a mãe e a mulher em seu gabinete.
Domingos Brazão, conselheiro cassado do Tribunal de Contas do Estado, foi denunciado pela 
procuradora geral da República Raquel Dodge, no apagar das luzes de seu mandato na PGR.
Na “milicialand” nunca se sabe o que é verdade ou “mito”.

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