UOL/Intercept: Deltan queria montar "lavanderia" de dados obtidos da Suíça e de Mônaco
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba utilizou sistematicamente contatos informais com
autoridades da Suíça e Mônaco para obter provas ilícitas com o objetivo de prender alvos
considerados prioritários --encarcerados preventivamente, muitos deles vieram a se tornar delatores.
Menções a esse tipo de prática ilegal foram encontradas com frequência em conversas entre 2015 e
2017, conforme revelam mensagens do aplicativo Telegram enviadas por fonte anônima ao site The
Intercept Brasil (...)
Mesmo alertados sobre a violação das regras, os procuradores da força-tarefa tiveram acesso a
Mesmo alertados sobre a violação das regras, os procuradores da força-tarefa tiveram acesso a
provas ilegais sobre vários dos mais importantes delatores da operação —como os então diretores da
Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque; o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado,
além de executivos da Odebrecht, entre eles, o ex-presidente da empresa Marcelo Odebrecht.
(...) Entre as práticas ilegais identificadas, está o acesso clandestino da Lava Jato, a partir de
procuradores suíços, ao sistema Drousys, usado pelo setor de Operações Estruturadas da Odebrecht
para controlar pagamentos de propina a autoridades e políticos. Mensagens revelam que os
procuradores tiveram acesso à contabilidade paralela quase um ano antes de a Lava Jato estar apta
para usar formalmente os dados entregues pela Odebrecht.
Duas fontes ligadas à empresa (...) relataram que a convicção de que os investigadores "escondiam
cartas nas mangas" foi essencial para que parte dos 78 delatores da empresa decidissem firmar
Duas fontes ligadas à empresa (...) relataram que a convicção de que os investigadores "escondiam
cartas nas mangas" foi essencial para que parte dos 78 delatores da empresa decidissem firmar
acordos de colaboração premiada.
(...) A estratégia, coordenada por Dallagnol, era montar uma espécie de "lavanderia" de provas
obtidas no exterior: os procuradores recebiam informalmente documentos e informações de
autoridades estrangeiras e então estudavam formas de legalizar aquelas evidências perante os
tribunais brasileiros. Sobretudo no caso da Suíça, havia um jogo combinado.
Os procuradores brasileiros eram avisados sobre quais informações as autoridades suíças possuíam e
Os procuradores brasileiros eram avisados sobre quais informações as autoridades suíças possuíam e
então solicitavam exatamente aqueles dados. Em outros casos, pediam que os suíços investigassem
pessoas e empresas específicas —inclusive parentes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ainda havia a alternativa de, com base nas informações privilegiadas recebidas dos procuradores
estrangeiros, criar subterfúgios para obter as mesmas provas no Brasil (...)
Leia a reportagem completa no UOL.
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