sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Levar Água e Saneamento às famílias indígenas e ribeirinhas é possibilitar saúde à floresta e dignidade à quem cuida dela


Comunidades na Amazônia enfrentam falta de água potável? Através de parcerias, o Saúde e 

Alegria já possibilitou saúde e dignidade para muitas famílias amazônicas. Até 2019 foram 
mais de 4.600 famílias beneficiadas com projetos de acesso à água, totalizando 18 mil pessoas e 
52 sistemas instalados nos municípios de Santarém, Belterra, Aveiro e Juruti. No total, são 215 
quilômetros de rede hidráulica instalados.
Samela Bonfim
A segunda reportagem da série especial sobre a Amazônia destaca a falta do liquido potável nas 
comunidades isoladas da região. Levar Água e Saneamento às famílias indígenas e ribeirinhas é 
possibilitar saúde à floresta e dignidade à quem cuida dela;
A Amazônia é a maior potência hídrica do mundo concentrando 12% de todas as reservas de água no 
planeta. Mas porque populações locais da região enfrentam a escassez do liquido e vivem um dilema 
para ter em casa água potável estando em meio a tantos rios e igarapés?
O problema é ainda mais evidente nas regiões do Baixo Amazonas explicou o gestor do programa de 
água do PSA, Carlos Dombroski: “Esses ribeirinhos enfrentam dificuldade com a poluição de 
mercúrio do rio Tapajós e Rio Amazonas. Essa água já não está própria para o consumo como era há 
20 anos atrás onde os pais dessas pessoas ainda faziam esse uso”.
A falta d’água também atinge outras regiões da Amazônia, como destacou a página ‘Água sua 
Linda’: “Há 3 anos, as aldeias Camapã e Manhê do povo Apurinã, no Alto Purus, estão com seus 
poços artesianos secos e contaminados. As 107 famílias da aldeia Manhê e as 163 famílias da aldeia 
Camapã tem sido abastecidas por caminhão pipa do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena), duas 
vezes por semana, via Ministério da Saúde. O recurso para a construção de poços mais profundos foi 
disponibilizado em 2017”.
Água é necessidade básica de todo cidadão. Entretanto, os povos tradicionais dessa região precisam 
conviver com isso há décadas. Mas o que podemos fazer para mudar essa realidade?
Através de parcerias, o Saúde e Alegria já possibilitou saúde e dignidade para muitas famílias 
amazônicas. Até 2019 foram mais de 4.600 famílias beneficiadas com projetos de acesso à água, 
totalizando 18 mil pessoas e 52 sistemas instalados nos municípios de Santarém, Belterra, Aveiro e 
Juruti. No total, são 215 quilômetros de rede hidráulica instalados.
Após os serviços, os comunitários recebem os sistemas oficialmente através de assinaturas de 
documentos onde recebem a responsabilidade de cuidar e manter os sistemas em funcionamento para 
as comunidades. A entrega é sempre dia de festa e comemoração. Em 2019 a aldeia Takuara, na 
Flona pôs fim à uma longa espera carregada de dor:
“Perdemos 12 índios em trinta dias” lamentou o presidente da Confederação dos Moradores da 
Floresta Nacional do Tapajós sobre a morte de indígenas devido a contaminação da água usada na 
aldeia. Por muitos anos, os moradores usavam o líquido retirado de uma cacimba (buraco aberto 
manualmente pelos moradores) com alto índice de contaminação.
Os episódios serviram de incentivo para que eles buscassem novas formas de captação de água e 
apoio. Apesar da luta, não desistiram e acreditaram na possibilidade de um dia ter água encanada de 
qualidade. A esperança deu certo: “Ao longo de trinta anos, lutamos por uma água de qualidade pra 
essas populações, pra essas crianças que viviam pegando água na cacimba, carregando na cabeça, as 
mulheres lavando roupa na cacimba, as criança bebendo água nela. Hoje graças a Deus temos água 
com abundância, sem nenhum problema” – comemorou o cacique da aldeia Leonardo Pereira.
O PSA entende que possibilitar água e saneamento é uma necessidade emergencial e por isso 
continua na busca de parcerias para levar saúde a quem precisa: “A partir do momento que 
conseguimos instalar um sistema de água potável para as casas com torneira, chuveiro, banheiro, isso 
traz uma nova condição para a família. São menos crianças e idosos doentes” finaliza Dombroski.

Nenhum comentário: