Agência de checagem analisou trechos da fala do presidente na Assembleia Geral das Nações
A agência de checagem Aos Fatos analisou trechos do discurso do presidente Jair Bolsonaro na
abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24). Em
uma fala carregada de viés ideológico, foi possível verificar diversas informações falsas no texto lido
pelo mandatário brasileiro.
Logo no início, após dizer que o país esteve “à beira do socialismo”, Bolsonaro faz referência ao
Logo no início, após dizer que o país esteve “à beira do socialismo”, Bolsonaro faz referência ao
Mais Médicos, programa implantado no primeiro mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff. “Em
2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem
nenhuma comprovação profissional”, afirmou.
“Dados do Tribunal de Contas da União de 2017 mostram que, dos 18.240 médicos participantes
“Dados do Tribunal de Contas da União de 2017 mostram que, dos 18.240 médicos participantes
do programa, 5.274 eram formados no Brasil (29%), 1.537 tinham diplomas do exterior (8,4%) e
11.429 eram cubanos e faziam parte do acordo de cooperação com a Opas (62,6%).
Conforme determina a Lei 12.871/2013, que instituiu o programa Mais Médicos, os profissionais
cubanos precisavam apresentar documentação que comprovasse formação em curso superior de
Medicina e autorização para exercício da profissão no exterior. Logo, a declaração de Bolsonaro
é FALSA”, conclui a agência de checagem, quanto à suposta falta de habilitação dos profissionais.
cubanos precisavam apresentar documentação que comprovasse formação em curso superior de
Medicina e autorização para exercício da profissão no exterior. Logo, a declaração de Bolsonaro
é FALSA”, conclui a agência de checagem, quanto à suposta falta de habilitação dos profissionais.
Ainda sobre o Mais Médicos, atacado por Bolsonaro como forma de atingir sua antecessora e
também Cuba, o presidente disse que os médicos do país caribenho “foram impedidos de trazer
cônjuges e filhos”, informação que também é falsa.
“Não é verdade que os profissionais cubanos que vieram ao Brasil pelo programa Mais Médicos
“Não é verdade que os profissionais cubanos que vieram ao Brasil pelo programa Mais Médicos
não podiam trazer parentes. O artigo 18 do texto da lei 12.871/2013 prevê que o Ministério das
Relações Exteriores pode conceder visto temporário ‘aos dependentes legais do médico
intercambista estrangeiro, incluindo companheiro ou companheira, pelo prazo de validade do
visto do titular'”, pontua a agência.
O Aos Fatos ainda destaca que o presidente, quando deputado, se posicionou de forma contrária à
vinda de familiares dos profissionais médicos de Cuba. “Em discurso no plenário da Câmara em
2013, Bolsonaro afirmou ‘está na Medida Provisória: cada médico cubano pode trazer todos os seus
dependentes. A gente sabe como funciona a ditadura castrista. Então, cada médico vai trazer 10, 20,
30 agentes para cá'”, imaginou o então parlamentar.
Mentiras ambientais
Ao falar sobre preservação do meio ambiente, motivo pelo qual o Brasil é motivo de críticas em todo
Mentiras ambientais
Ao falar sobre preservação do meio ambiente, motivo pelo qual o Brasil é motivo de críticas em todo
o mundo, tendo sido denunciado na própria ONU por um grupo de 16 jovens ativistas, entre eles
Greta Thunberg, Bolsonaro disse que “em primeiro lugar, meu governo tem o compromisso solene
com a preservação do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil”.
Salles, já é um Ficha Suja condenado!!
“Apesar de afirmar que seu governo preza pela defesa do meio ambiente, Bolsonaro e seus
“Apesar de afirmar que seu governo preza pela defesa do meio ambiente, Bolsonaro e seus
ministros têm tomado atitudes que indicam intenções contrárias. Até o fim de junho haviam sido
liberados 239 novos agrotóxicos, alguns comprovadamente causadores de problemas de saúde e
danos graves ao meio ambiente. O escolhido para chefiar a pasta do Meio Ambiente, Ricardo
Salles, foi condenado no fim de 2018 por fraudar o processo do Plano de Manejo de Proteção
Ambiental da Várzea do Rio Tietê quando ainda era secretário estadual do Meio Ambiente de São
Paulo”, lembra a agência.
“Em maio, Salles afirmou, sem apresentar dados concretos, que o Fundo Amazônia, criado em
2008 para arrecadar recursos de países desenvolvidos para a preservação da floresta, apresenta
uma série de irregularidades e inconsistências, o que levou a questões diplomáticas que podem
extinguir o fundo.
“O ministro também cortou cerca de 95% da verba destinada a políticas climáticas pelo governo e
exonerou o coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
“Suas críticas ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também
levaram seu presidente e três de seus diretores a se demitirem – eles foram substituídos por
militares sem os mesmos conhecimentos técnicos.
“Por fim, as inúmeras críticas feitas pelo ministro e o próprio presidente à fiscalização do Ibama
fizeram com que o número de multas aplicadas entre janeiro e maio tenha sido o mais baixo em
11 anos.
Matéria publicada por Aos Fatos mostra que o ministro, mesmo com números recordes de
desmatamento na Amazônia, tem priorizado o encontro com deputados e senadores ligados ao
agronegócio. Por todos esses motivos, a declaração de Bolsonaro é considerada FALSA.”
Sobre o meio ambiente, o presidente disse que “71% do nosso território é preservado”. Outro
equívoco. “A informação é FALSA.
De acordo com números fornecidos pelo Ministério do Meio Ambiente, o Brasil tem 26,5% de sua
área total ocupada por Unidades de Conservação. O dado considera tanto regiões de proteção
integral, que não podem ser manipuladas por seres humanos, quanto áreas de uso sustentável, que
podem ser ocupadas e ter seus recursos extraídos desde que sejam respeitadas certas regras.”
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