Dino parece não querer ser o candidato sem Lula, mas pode vir a sê-lo se conseguir ocupar o
vácuo que Ciro Gomes criou quando foi passar o segundo turno em Paris. Algo que Dino, de
forma acertada, fez questão de criticar.
Por Renato Rovai
O Roda Viva de ontem teve no seu centro o governador do Maranhão Flávio Dino, que já vinha
Por Renato Rovai
O Roda Viva de ontem teve no seu centro o governador do Maranhão Flávio Dino, que já vinha
sendo apontado por muitos militantes de esquerda como uma alternativa à presidência da República.
Dino não decepcionou. Durante as duas horas do programa não perdeu a tranquilidade em nenhum
segundo e com seu jeito simples e sintaxe prolixa cativou os entrevistadores. A bancada se rendeu à
Dino.
Mesmo no momento em que foi mais apertado, quando a jornalista da BBC trouxe à tona uma
desapropriação polêmica ocorrida no seu estado, saiu -se bem. Não piscou. Não foi arrogante. Não
pareceu se incomodar com o questionamento.
Mas isso não surpreende quem o conhece. Há tempos que vejo em Dino um dos quadros políticos
mais completos dessa geração intermediária. Essa geração nascida no começo da ditadura militar.
Por sinal, a minha.
Ele tem cultura, experiência política e administrativa, não é arrogante (ao contrário) e está sempre
disposto ao diálogo. Tem virtudes necessárias para o momento atual.
Mas, ontem me chamou a atenção, algo que já tinha no radar. Dino avança de maneira avassaladora
no eleitorado de Ciro Gomes. E começa a se construir como alternativa ao petismo, mas com o
petismo.
Dino citou a vitória de Eduardo Campos em Pernambuco num dado momento da entrevista. Ele
Dino citou a vitória de Eduardo Campos em Pernambuco num dado momento da entrevista. Ele
falava de disputas com ou sem o PT. E lembrou também da sua vitória. Mas, a que vale pra essa
hipótese é a de Campos, que construiu uma alternativa ao PT e à candidatura no estado, passou
raspando para o segundo turno tirando Humberto Costa. E depois foi o vitorioso. Mas não brigou
com o PT.
Dino parece não querer ser o candidato sem Lula, mas pode vir a sê-lo se conseguir ocupar o vácuo
que Ciro Gomes criou quando foi passar o segundo turno em Paris. Algo que Dino, de forma
acertada, fez questão de criticar. Claro, na sua gramática. Sem estigmatizar. Sem deixar faíscas
voarem.
Para consolidar seu voo ao Planalto, ele precisa, antes de mais nada, se manter bem avaliado no seu
estado. E isso também passa por eleger um aliado em São Luís e em boa parte das cidades do
interior. Mas, também precisa decidir logo se vai continuar no PCdoB ou se partirá, por exemplo,
para o PSB. Até para que possa ocupar espaços já com este projeto resolvido durante as eleições de
2020.
Num primeiro momento, o que fica claro é que o papel que Ciro Gomes podia ter adotado, está
sendo realizado com extrema competência pela novidade que vem do Maranhão.
Ainda é cedo para dizer mais do que isso. Mas há um novo presidenciável na praça. Que passou com
louvor no seu primeiro teste nacional na noite de ontem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário