BOA VISTA (RR) — O avanço dogarimpo ilegal no territórioianomâmi , num ritmo sem
precedentes nos últimos anos, pode provocar novas mortes em série na maior terra indígena do
Brasil.
O alerta foi feito pela Polícia Federal (PF), que cita, em um relatório, o risco de vir a ser cometido o
crime de “genocídio”. Comete esse crime quem mata parte de, ou totalmente, um grupo étnico. O
alerta da PF está registrado em inquérito que já resultou na prisão de 30 pessoas responsáveis por
viabilizar a exploração do ouro. São proprietários de máquinas e aviões em Roraima que
possibilitam o garimpo ilegal, onde atuam milhares de garimpeiros pobres ou miseráveis, muito
próximos às aldeias dos ianomâmi. As investigações da PF seguem em andamento.
O GLOBO esteve dentro da reserva indígena, documentou a rotina frenética da retirada do ouro por
meio de máquinas chamadas de “tatuzões” e retratou, em reportagem publicada no último domingo,
o rastro de violência, tensão e destruição ambiental deixado pelo garimpo ilegal nos ianomâmi. A
reportagem subiu o Rio Mucajaí, pontilhado de acampamentos onde ocorre a exploração ilegal do
ouro. O Mucajaí, ao lado do Uraricoera, são os rios mais importantes para os ianomâmi em Roraima.
A ação da PF se concentrou no garimpo ilegal nesses dois caudalosos cursos d’água no coração da
floresta amazônica.
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