O Brasil tem sido alvo de denúncias no âmbito da Organização das Nações Unidas por conta
das posições de Jair Bolsonaro, que ofendem os ideais de defesa da justiça, da democracia e dos
direitos humanos do organismo multilateral.
247 - "O relator especial da ONU para a promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de
247 - "O relator especial da ONU para a promoção da Verdade, Justiça, Reparação e Garantias de
Não Repetição, Fabián Salvioli, cobrou explicações do presidente Jair Bolsonaro por conta de suas
declarações sobre o pai do atual presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e por seu posicionamento
sobre o regime militar", informa o jornalista Jamil Chade, em seu Blog.
Jamil Chade é correspondente na Europa há duas décadas e tem seu escritório na sede da ONU em
Genebra, onde acompanha as atividades diplomáticas relacionadas com a defesa dos Direitos
Humanos.
O jornalista relata que a maneira pela qual Bolsonaro se pronuncia sobre a ditadura no Brasil causa
O jornalista relata que a maneira pela qual Bolsonaro se pronuncia sobre a ditadura no Brasil causa
um "profundo mal-estar" entre diplomatas brasileiros no exterior e dentro da ONU.
Ele destaca os elogios do ocupante do Palácio do Planalto ao torturador coronel Carlos Alberto
Ele destaca os elogios do ocupante do Palácio do Planalto ao torturador coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra. Recentemente, Bolsonaro disse que Ustra é um "herói nacional" e recebeu a viúva
do militar, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, para um "almoço de cortesia" no Palácio do Planalto.
"Agora, numa carta confidencial, o especialista da ONU questionou a atitude do governo e pediu
explicações sobre o posicionamento de Bolsonaro", informa Jamil Chade.
"Diante dos comentários do presidente, familiares de mortos e desaparecidos políticos ainda pediram
"Diante dos comentários do presidente, familiares de mortos e desaparecidos políticos ainda pediram
à Comissão Interamericana de Direitos Humanos que 'o Estado brasileiro preste esclarecimentos
sobre as circunstâncias do desaparecimento e localização dos restos mortais de Fernando e que o
Estado apresente todas as informações ainda não reveladas sobre mortes e desaparecimentos
políticos da ditadura que estejam em poder dos seus agentes' ".
Jamil Chade relata que "na ONU, essa é a segunda vez em apenas cinco meses que o relator é
obrigado a enviar uma carta confidencial ao Brasil por conta da forma pela qual Bolsonaro lida com
o passado autoritário do país. No início do ano, depois que Bolsonaro sugeriu que o Golpe de 31 de
março fosse comemorado, Salviolli chegou a qualificar a iniciativa do presidente de 'imoral' ".
O comunicado da relatoria da ONU advertiu o país: "O Brasil deve reconsiderar planos para
comemorar o aniversário de um golpe militar que resultou em graves violações de direitos humanos
por duas décadas".
A resposta do governo Bolsonaro à ONU foi considerada "chocante" por diplomatas brasileiros e
A resposta do governo Bolsonaro à ONU foi considerada "chocante" por diplomatas brasileiros e
estrangeiros. "Numa carta enviada em abril, o Itamaraty reforçava seu argumento de que não houve
golpe de estado em 31 de março de 1964 e o que ocorreu foi 'legítimo' ", informa Jamil Chade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário