segunda-feira, 29 de julho de 2019

Presidente da OAB vai ao STF para que Bolsonaro explique paradeiro de seu pai


A declaração de Jair Bolsonaro, que disse saber como o desaparecido Fernando Santa Cruz, 
foi assassinado, fará com que o atual ocupante da presidência da República tenha que se 
explicar sobre a afirmação de que "sabe" o que aconteceu com ele; presidente da OAB, Felipe 
Santa Cruz vai ao STF para que Bolsonaro esclareça o caso; presidente do PT, Gleisi 
Hoffmann, diz que Bolsonaro se tornou “cúmplice e réu confesso” de um crime e 
vários políticos abraçaram a defesa de seu impeachment por quebra de decoro.
Um monstro no poder
POR FERNANDO BRITO
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, afirmou que irá 
ingressar com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Jair Bolsonaro preste 
explicações sobre o paradeiro de seu pai, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, que desapareceu 
em 1974, após ser preso por agentes da ditadura militar no Rio de Janeiro. "Vou ao STF interpelar 
para que ele esclareça”, destacou Santa Cruz. O advogado da ação será o ex-presidente da OAB, 
Cezar Britto. 
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Não houve exagero aqui em dizer que Jair Bolsonaro é um homem sem condições morais de exercer 
a Presidência da República.
Não se revela apenas um arbitrário, revela-se um sádico, alguém incapaz de ter respeito a seres 
humanos.
A declaração de que sabe minúcias do desaparecimento do pai do presidente da Ordem dos 
Advogados, Felipe Santa Cruz, que tinha apenas dois anos de idade quando Fernando Santa Cruz foi 
preso ilegalmente e desapareceu para sempre nos porões da ditadura, é coisa de sádico monstruoso.
“Se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto 
pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele.”
Vai contar, Jair Bolsonaro, vai contar.
Porque haverá uma interpelação judicial para que o senhor dê conta de suas palavras.
Este cidadão que enxovalha a Presidência da República, merecia mais de um filho cuja morte do pai 
vira objeto deste tipo de ameaça.
É uma abjeção, que foi até onde está porque abjeções menos caricatas o permitiram uma jornada 
impune, desde os planos de explodir bombas em quartéis para obter aumento de soldo.
Impune sempre, crê que será impune para sempre.
Mas Felipe é um homem do Direito e saberá conter o ímpeto da bofetada que mereceria quem diz 
coisas como essa e procurará os tribunais.
Resta saber se ainda há, nos tribunais, pessoas dignas e corajosas para dizer ao reizinho que ele não é 
o dono do país e que não pode brincar com sentimentos tão sofridos como esse.
Ao menos por terem instalado um monstro no mais alto posto da República.

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