quarta-feira, 24 de julho de 2019

O IMPÉRIO CONTRA-ATACA: Mídia compra versão oficial sobre 'hackers' e abandona Glenn


Jair Bolsonaro tentará fazer com Glenn Greenwald exatamente o que Trump fez com Julian 
Assange, do Wikileaks; "O jogo é pesado. O 'Ocidente' está em guerra contra a China e contra 
o mundo não alinhado. Dilma foi derrubada, Lula foi preso e o Brasil foi ocupado. A Vaza Jato 
desorganizou o jogo. Estamos assistindo agora a reação. O Império contra-ataca".

247 - A imprensa conservadora e a midia de extrema-direita tornaram-se novamente veículos de 
propaganda do bolsonarismo e estão disseminando a versão oficial sobre os supostos "hackers" que 
teriam invadido os celulares de Moro e Dallagnol, vinculando-os ao escândalo da Vaza Jato. A 
iniciativa é um clara ameaça à liberdade de imprensa no Brasil
Em sua reportagem de primeira página, o jornal O Globo destaca que que existe a “suspeita de que 
os detidos tenham atuado na invasão da conta do ministro da Justiça, Sergio Moro , no aplicativo 
Telegram”, e afirma que “A partir de agora, a PF tentará descobrir se os presos têm alguma relação 
com o vazamento de conversas com o procurador Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da 
Operação Lava-Jato em Curitiba”. 
Já o Estado de S. Paulo ressalta que “desde 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulga supostas 
mensagens trocadas pelo então juiz federal titular da Lava Jato em Curitiba com integrantes do 
Ministério Público Federal, principalmente com Dallagnol” e que “o ministro da Justiça já afirmou 
que a invasão virtual foi realizada por um grupo criminoso organizado. Para ele, o objetivo seria 
invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, interromper investigações em 
andamento ou “simplesmente atacar instituições”.
O único dos grandes jornais a tocar superficialmente na possibilidade de as prisões serem fruto de 
uma armação com o objetivo de prender Greenwald foi a Folha de S. Paulo. De Acordo com a 
reportagem, “Uma possível relação entre os dois assuntos não foi confirmada oficialmente pela PF”, 
diz trecho do texto. Porém logo em seguida a reportagem afirma que, "as investigações seguem para 
que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados".
A posição dos jornais é semelhante à dos sites ligados à extrema direita. Nesta terça-feira, o 
Antagonista disse que o caso somente pode ser enquadrado como um “atentado à liberdade de 
imprensa” se os jornalistas que veicularam o conteúdo roubado pelos invasores fossem presos.” A , é 
claro, que os jornalistas em questão tenham participado ativamente do hackeamento", diz o site em 
seguida. (Leia no Brasil 247)
Para o Jornal da Cidade, um site de extrema-direita, as informações mais relevantes dão as de que 
um dos suspeitos “nos últimos anos têm frequentado com certa frequência a cadeia” e que 
“repentinamente tornou-se um ativo tuiteiro, especialista na divulgação dos vazamentos do pseudo 
jornalista americano”.
Para o veículo é suspeito ele tenha postado 113 tweets, desde maio, “versando todos eles sobre as 
reportagens do site The Intercept". “O sujeito parece que possui as características perfeitas para a tal 
parceria com o gangster gringo”, diz o texto.

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