quarta-feira, 3 de julho de 2019

Bolsonaro vaiado, Moro "juiz ladrão"; o país virou


O 2 de julho da independência da Bahia passa a ser, quase 200 anos depois, a data do início da 
virada do Brasil; depois do mergulho no tempo sombrio do ódio e da extrema-direita, o país 
parece acordar: Bolsonaro foi alvo de uma estrondosa vaia no MIneirão, enquanto Moro foi 
massacrado em audiência na Câmara e pela imprensa internacional
247 - O Brasil acordou diferente nesta quarta-feira, sob o impacto de outro 2 de julho histórico.
Quase 200 anos depois da Independência da Bahia, a terça-feira 2 de julho de 2019 marca a virada, o 
grito de independência depois do tempo sombrio do ódio e da extrema-direita: Bolsonaro foi alvo de 
uma estrondosa vaia no Mineirão, foi chamado de "traidor", aos gritos, por delegados no Congresso 
Nacional, enquanto Sérgio Moro era chamado de "juiz ladrão" e massacrado na audiência sobre a 
Vaza Jato na Câmara dos Deputados e na imprensa internacional.
Veja a impressionante sequência de vídeos desta terça feira logo abaixo, assim como uma imagem 
representativa de como a imprensa internacional retrata Sérgio Moro:
A vaia estrondosa no Mineirão no intervalo do jogo entre Brasil e Argentina:


O final tumultuado da audiência de Sérgio Moro ontem, na Câmara dos Deputados, talvez tenha 
resumido a diferença de sua situação política agora, frente àquela que tinha há 15 dias, quando esteve 
no Senado.
O Sérgio Moro de antes, um figura que deveria ser tratada com reverência, virou um político como 
qualquer outro.
Não é mais, de fato, o “mito”, para usar uma palavra adequada a seu campo ideológico.
Pior, vai se revelando um “Rolando Lero” monocórdio, repetindo que todo o problema é a ação 
criminosa de hackers e insistindo na negativa, a cada dia mais insustentável, de que tudo se deu 
numa inacreditável normalidade.
Ontem, porém, ficou claro que isso entrou num processo de radicalização que não foi, 
absolutamente, criado pela oposição ou pelo The Intercept de Glenn Greenwald.
A notícia – publicada por um site de comparsas do ministro – repercutiu de forma muito negativa na 
imprensa que ainda serve de altar a Moro.
Mais do que o não-dito ou do dito das acusações feitas ontem, este foi o saldo do dia de ontem e não 
foi bom para o ex-juiz.
A sua defesa, como se viu ontem, está mais e mais agarrada ao fanatismo do “herói” e esta condição 
vai nitidamente se perdendo e se perderá ainda mais à medida que novos fatos forem surgindo.
Como já me referi antes, havia uma espécie de “campo de força” em torno de Moro e da Lava Jato e 
nenhuma revelação, por mais forte que fosse, poderia atingi-lo.
Esta blindagem está derretendo e atingindo graus perigosos, para ele, de fragilidade.
Agora, Moro não é mais santo. Sujeito, portanto, a que sejam mortais os pecados que dele se 
revelarem.

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