quarta-feira, 3 de julho de 2019

BNDES E PULHOCCI, AS NOVAS FAKES NEWS DA BOLSONADA


No mês passado o então presidente do BNDES, Joaquim Levy, foi demitido pelo Jair Bolsonaro
(PSL). Poderia ter sido uma desavença pontual em relação aos “rumos” da política de investimentos 
do banco público. Poderia, mas não. O ex-agente do sistema financeiro caiu porque se recusou a 
forjar provas na instituição contra o PT, partido dos ex-presidentes Lula e Dilma.
Dito isso, a velha mídia golpista ficou no cio nesta terça-feira (2) com o depoimento do ex-ministro 
da Fazenda Antônio Palocci na CPI do BNDES. Delator na Lava Jato, cuja narrativa é contra seu ex-
partido, o PT, ele repetiu o que os procuradores de Curitiba gostam de ouvir: os empréstimos a 
empresas como JBS e Odebrecht eram cedidos em troca de recursos de campanha para petistas em 
campanhas majoritárias e proporcionais.
Mentira ou verdade nesses tempos de fake news pouco importa para os jornalões alinhados à 
dilapidação do patrimônio público (vide o caso das criminosas privatizações e da reforma da 
previdência). Em época de Lava Jato e de pós-verdade, quando a versão é mais importante do que os 
fatos, o depoimento de Palocci a portas fechadas caiu como uma luva.
A delação de Palocci poderia ser retratada a qualquer momento, caso ele desse uma nova versão aos 
supostos empréstimos do BNDES nos governos petistas. A consequência seria sua volta à prisão. Ou 
seja, o depoimento de ontem ocorreu sob signo do vício da falta de vontade.
Palocci jurou que teria repetido à CPI, segundo os jornalões, os anexos da delação em poder da 
Procuradoria-Geral da República que versam sobre o “pagamentos de vantagens indevidas ao Partido 
dos Trabalhadores, intermediado por Paulo Bernardo , no valor de R$ 64 milhões de reais, em razão 
do auxílio político concedido à empresa Odebrecht, no tocante ao aumento de linha de crédito junto 
ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola”.
Note o caríssimo leitor que o depoimento de Palocci só ganhou relevância para abafar o chocolate 
que o ministro Sérgio Moro levou na CCJ da Câmara. Durante mais de 7 horas, o ex-juiz da Lava 
Jato “apanhou” como gente grande. Até foi chamado de “juiz ladrão” pelo deputado Glauber Braga 
(PSOL-RJ). Moro aproveitou a confusão para fugir da sessão.

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