segunda-feira, 3 de junho de 2019

LULA: PRAÇA DA REPÚBLICA VIROU PRAÇA DA DEMOCRACIA!


Festival reuniu artistas como Chico César, Zeca Baleiro, Otto, Emicida e Criolo (Créditos: 
Mídia Ninja)
O Conversa Afiada reproduz, do portal LulaLivre.org.br, carta do presidente Lula aos participantes 
do Festival Lula Livre, que aconteceu na tarde de ontem (2/VI) em São Paulo:
Agradeço de coração a cada uma e a cada um de vocês, artistas e público, que nesse 2 de junho 
fazem da praça da República a Praça da Democracia. Embora tenha o nome de “Festival Lula Livre”, 
sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. O que vocês exigem é 
muito mais que a liberdade do Lula. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do 
ódio, da ganância e do obscurantismo. 
Esse ato é na verdade um grito de liberdade que estava preso em nossas gargantas. Mais que um 
grito, um canto de liberdade. O canto dos trabalhadores que não aceitam mais o desemprego e a 
perda de seus direitos. O cantos dos estudantes, que não aceitam nenhum retrocesso na educação. O 
canto das mulheres, que não aceitam abrir mão de nenhuma conquista histórica. O canto da 
juventude, que não aceita que lhe roubem os sonhos, e da juventude negra em particular, que não 
aceita mais ser exterminada. O canto dos que ousam sonhar, e transformam sonhos em realidade. 
Boa parte de vocês que aí estão, artistas e público, felizmente não viveram os horrores da ditadura 
civil e militar instalada em 1964, essa que alguns querem implantar de novo no Brasil. Foi um tempo 
em que a luta contra a censura podia ser traduzida em canções que diziam assim: “Você corta um 
verso, eu escrevo outro”.
Foi com muita luta que conseguimos acabar com a censura neste país. E não vamos aceitar essa outra 
forma de censura, que é a tentativa de acabar com as fontes de financiamento da arte e da cultura. 
Que não vamos aceitar a tentativa de censurar o pensamento crítico, estrangulando as universidades.
Se eles arrancam nossas faixas, nós escrevemos e botamos outras no lugar. E vamos continuar 
ocupando as ruas em defesa da educação, da saúde, públicas e de qualidade; das oportunidades para 
todas e todos; contra todas as formas de desigualdade e de retrocesso.
Nossos adversários querem mais armas e menos livros, menos música, menos dança, menos teatro e 
menos cinema. E nós insistimos em ler, escrever, cantar e dançar, insistimos em ir ao teatro e fazer 
cinema.
Nada mais perigoso para nossos adversários que um povo que canta e é feliz. Que faz da arte e da 
cultura instrumentos de resistência. Vamos então à luta, sem medo de sermos felizes, com a certeza 
que o amor sempre vence.
Um abraço, com muita saudade e a vontade imensa de estar aí,
Lula

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