sábado, 11 de maio de 2019

O TSUNAMI ANNUNCIADO POR BOLSONARO, TEM CHEIRO DE QUEIROZ NO AR !!


Já é, por si, estranho que um presidente da República preveja “um tsunami” para a semana 
seguinte sem dizer do que se trata e, pior, anunciando que nada fará contra ele – ou que nada 
pode fazer – mas que “vamos vencer”. Mas apareceu uma pista sobre o que pode ser isso, dada 
por aquele site que não nomino, à moda Valdemort, aqui, que deveria se chamar O 
Bolsonarista. Numa heresia, lança mão da previsão do tempo – que Alberto Dines inventou na 
edição do AI-5 – para dizer que haverá “tempo borrascoso no Rio de Janeiro, na semana que 
vem, com mar muito agitado”. Como, para o presidente, a área mais vital do governo é a que 
habitam seus filhos, não se enganem as narinas que perceberem um cheiro de Queiroz no ar.
Do BR2pontos – Com muitos ventos batendo sobre o governo, o mundo político de Brasília 
se pergunta qual deles irá agitar as ondas a ponto de criar o "tsunami" que o presidente Jair 
Bolsonaro avisou que vai se abater sobre o seu governo – ou família, talvez – na próxima semana.
Muitas apostas apontam para a quebra de sigilo do senador Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor 
Fabrício Queiroz. O Ministério Público espera para os próximos dias a decisão favorável da Justiça 
sobre um pedido formal de investigação nas contas bancárias e nos telefonemas do filho do 
presidente com seu antigo chefiado. Pode ficar provado o crime conhecido como rachadinha, com 
dinheiro recolhido por Queiroz entre os funcionários do gabinete do então deputado estadual pelo 
Rio de Janeiro indo parar na conta do parlamentar. Se essa especulação se confirmar pelo exame das 
contas bancárias de ambos, o senador passaria a correr até mesmo o risco de perder seu mandato, 
num processo que pode ser tão longo quanto desgastante não apenas para ele, mas também para seu 
pai. Seria, sim, o que se poderia chamar de tsunami no clã Bolsonaro.
Sobre o centro do governo, as ondas gigantes que a tudo destróem poderiam vir de um rompimento 
de uma ou mais pilastras da ala militar do governo. Essa quebra de sustentação se daria com o 
pedido de demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo. Ele foi 
ofendido pelo ideólogo Olavo de Carvalho, obteve alguma compensação com o direito a fazer 
indicações no governo, como a do novo presidente da Apex, mas não foi devidamente defendido 
publicamente pelo governador.
A perda de sustentação no esquema militar só irá se agravar caso outro ofendido por Olavo, o 
general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor do Gabinete de Segurança 
Institucional, resolver limpar suas gavetas e sair em protesto. Chamado de "doente preso a uma 
cadeira de rodas" por Olavo, igualmente Villas Bôas não teve a devida solidariedade presidencial.
As conversar de Bolsonaro com os militares foram fechadas e delas pouco se sabe até agora. Um 
general chegou declarar em 'off' que a cúpula militar não consegue entender o apego de Bolsonaro a 
Olavo, que o faz deixar seus generais sem o líder do maior líder.
Da ala civil, um problema alto potencial destrutivo está no Ministério da Justiça. O ex-juiz Sergio 
Moro chegou a se decidir pela saída do governo, mas voltou atrás. Ele foi caroneado no desastrado 
decreto das armas e está a ponto de perder a jurisdição sobre o Coaf, que faz questão de manter. A 
carta branca que ele mesmo disse ter recebido de Bolsonaro se mostrou cheia de rabiscos logo nos 
primeiros momentos do governo, quando Moro foi desautorizado publicamente a nomear como 
suplente do conselho de política penitenciária a cientista política Ilona Szabó. Foi humilhante.
Caso Moro resolva sair, Bolsonaro perderá um dos personagens mais populares e ainda respeitados 
de seu governo, ganhando de imediato um adversário para as presidenciais de 2022.

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