quarta-feira, 1 de maio de 2019

GOLPISTAS ENTRAM EM DEBANDADA NA VENEZUELA, BRASIL VIROU FANTOCHE DOS EUA

O presidente Nicolás Maduro chamou os golpistas Juan Guaidó e 
Leopoldo López de marionetes do presidente americano, Donald 
Trump; ele disse: "jamais haverá uma marionete como presidente no 
Palácio de Miraflores". Maduro também reiterou que a Guarda 
Nacional Bolivariana não vai permitir um golpe; o presidente disse 
que foi o povo que o escolheu e que apenas o povo poderá lhe tirar do 
cargo.
Por Joaquim Xavier
Soluções pacíficas são sempre preferíveis a derramamento de sangue. Mas
a história não tem roteiro escrito de antemão. A Venezuela é mais uma
evidência disso.
A intentona grotesca protagonizada por Juan Guaidó e Leopoldo López
deu sequência à autoproclamação do primeiro como presidente numa
calçada, debaixo de um guarda-chuva. López, 
em prisão domiciliar, de repente aparece livre, leve e solto não se sabe como, afrontando a lei em 
vigor no país vizinho.

Guaidó fez um pronunciamento conclamando à derrubada de Nicolás Maduro na manhã desta terça-
feira. Esqueceu-se de avisar mesmo seus apoiadores, ou não os encontrou. Meia dúzia de fanáticos 
de extrema-direita resolveram levá-lo a sério e tentaram invadir uma base militar.
Foram varridos com facilidade. Enquanto isso, uma multidão pró-Maduro dirigiu-se ao palácio 
presidencial de Miraflores para defender o mandato de um presidente eleito nas urnas. Os golpistas 
finalmente perceberam o fracasso da patuscada. Passaram ao salve-se quem puder.
López foi o primeiro. Em busca de conforto, correu com a família para a embaixada chilena, depois 
para a espanhola. O destino de Guaidó, fantoche de guarda-chuva, ainda é incerto.
Talvez o títere conte de novo com a ajuda da Colômbia para fazer uma tournée internacional 
tentando convencer de que manda na Venezuela, embora os venezuelanos se recusem a compartilhar 
o seu delírio. Isso fica por conta de gente como Trump, Bolsonaro e outros “governantes” ansiosos 
para saquear o país que detém as maiores reservas de petróleo do planeta. 
A crise na Venezuela é indiscutível. Sua raiz, contudo, não tem nada a ver com a abolição da 
democracia. Pelo contrário. Poucos países no mundo tiveram tantas eleições nos últimos anos como 
lá. Mas a direita e a extrema-direita jamais aceitaram que o povo auferisse benefícios que antes eram 
propriedade exclusiva da elite local. Principalmente num momento em que a economia mundial 
motorizada pelo capital financeiro experimenta uma crise prestes a explodir.
A estratégia reacionária, sob comando dos EUA, vem sendo montada há tempos. Com Trump no 
poder, os ritmos se aceleraram. O objetivo: impor um bloqueio homicida à economia venezuelana 
para jogar o povo contra o governo.
Além de confiscar (roubar!) o patrimônio venezuelano depositado em bancos do exterior, os 
americanos proibiram empresas do mundo inteiro de negociar com Caracas sob pena de serem 
excluídas do cardápio comercial de Washington. Sem uma indústria local vigorosa, a Venezuela foi 
na prática impedida de importar remédios, bens de consumo, alimentos e produtos de primeira 
necessidade.
Chama a atenção, porém, a resistência do povo venezuelano. É evidente que Maduro cometeu e 
comete erros, como aliás qualquer outro governante. Mas o Brasil, com a famiglia Bolsonada à 
frente, não tem nenhuma autoridade para dar palpite sobre a Venezuela. Os motivos são de 
conhecimento público do povo nativo.
Acima de tudo, deve prevalecer o princípio da autodeterminação dos povos. Os venezuelanos estão 
dando uma lição a respeito. Inclusive seus comandantes militares, que recusam as migalhas 
oferecidas pelos ídolos de Bolsonaro para se tornarem traidores da soberania nacional iguais ao 
tenente instalado no Planalto.

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