Moradores da RDS Mamirauá triplicaram a renda familiar com o manejo do pirarucu.(Foto: Bernardo Oliveira/Instituto Mamirauá)
MANAUS – Apesar de colossal, o pirarucu (Arapaima gigas) quase desapareceu dos rios e lagos
amazônicos. Maior peixe de água doce do mundo e nativo da Amazônia, o peixe esteve à beira da
extinção quando foi vítima de sobrepesca, mas a implantação do manejo da espécie em áreas
protegidas não apenas reverteu esse quadro, como também ampliou a renda do pescador.
Podendo atingir até três metros de comprimento e pesar 200 kg, o peixe teve o seu manejo
implementado em 1999, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá. Só podem
ser pescados, entre junho e novembro, os peixes com peso acima de 1,5 metros, dentro das áreas
autorizadas para o manejo e com protocolos desenvolvidos e implementados em comum acordo
pelos gestores da reserva, pesquisadores do instituto de mesmo nome e os moradores das
comunidades existentes na área protegida.
A pesca manejada do Pirarucu hoje está presente em 34 áreas protegidas e/ou com Acordos de Pesca
devidamente autorizados pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama). Em todo o país, o manejo está presente em unidades de conservação ambiental
estaduais e federais, terras indígenas e áreas com acordos de pesca.
Segundo relatório do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em 2018 o manejo do
Segundo relatório do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em 2018 o manejo do
pirarucu rendeu R$ 1.566.309,50 em Mamirauá e Amanã, valor distribuído entre mais de 700
pescadores. Com a pesca sustentável, a população do peixe saltou de 2.507 espécimes em 1999 para
190.523 em 2018.
Com a comercialização, cada pessoa envolvida teve rendimento médio bruto de R$ 2.166,40.
Com a comercialização, cada pessoa envolvida teve rendimento médio bruto de R$ 2.166,40.
Incluindo a venda de outras espécies de valor comercial, como o tambaqui, o desempenho do manejo
de pesca na região foi de mais de R$ 2 milhões de reais.
Caldeirada de pirarucu: um dos pratos mais pedidos das peixarias de Manaus.
(Fotos: Ana Cláudia Jatahy/Mtur)
Peças de pirarucu sendo preparadas para a comercialização em Tefé.
(Fotos: Ana Cláudia Jatahy/Mtur)
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