segunda-feira, 8 de abril de 2019

Viúva afirma que militares debocharam após fuzilarem carro no RJ


"Eles debocharam o tempo todo. Vocês não sabem o que estou sentindo, não desejo isso para 
ninguém", disse Luciana Oliveira, que perdeu o marido, Evaldo dos Santos, neste domingo
Luciana Oliveira, enfermeira que perdeu o marido, o músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, neste 
domingo (7), após o carro da família ser alvejado por 80 tiros de uma equipe do Exército, disse que 
os militares deram risadas depois de fuzilar o veículo. O caso aconteceu em Guadalupe, zona norte 
— Eles riram. Chamei eles de assassinos e eles riram. Debocharam. Essas pessoas têm que pagar, 
principalmente pelo deboche. Eles debocharam o tempo todo. Vocês não sabem o que estou sentindo, 
não desejo isso para ninguém — disse Luciana.
A enfermeira afirmou que a ação dos militares foi repentina. A família ia para o chá de bebê de uma 
amiga.
— Não teve confronto nenhum. Estávamos cantando e escutamos um estilhaço. O sangue espirrou 
em mim. Meu filho não sabe e está perguntando do pai — disse Luciana.
Cunhado de Evaldo, Leandro Rodrigues ainda disse que o músico conseguiu salvar a família após ser 
atingido por um tiro nas costas. — Ele sentiu o tiro por trás e ainda conseguiu virar o carro, para 
salvar o David e a família, que estavam no banco de trás — afirmou o cunhado, que estava com o 
laudo feito pelo Instituto Médico Legal nesta segunda-feira (8).
Leandro disse que estava em casa por volta de 16h quando ficou sabendo da tragédia, que ocorreu 
por volta de 14h.
— Vi pela internet. Pelo que fiquei sabendo, eles tinham ordem para atirar em um carro branco — 
apontou.
Luciana e David conseguiram escapar do tiroteio, que continuou após um homem tentar socorrer 
Evaldo, segundo a enfermeira. Uma amiga da família também estava no veículo e se salvou.
— Um moço veio socorrer e deram tiros nele. Deram muitos tiros. Vieram ao nosso encontro. Meu 
marido não era bandido. Esperaram a gente passar e começaram a atirar. Abrimos a porta, meu 
padrasto foi socorrer e atiraram mais — disse o cunhado.
— Nós vimos eles (militares) antes. A polícia e os militares têm que proteger, como vão fazer isso? 
O que eu vou falar para o Davi? Perdi o pai do meu filho, por quem devia proteger a gente — 
afirmou.
Do G1:
A viúva de Evaldo Rosa, de 51 anos, fuzilado em Guadalupe, na Zona Norte, ficou emocionada 
depois de comparecer ao Instituto Médico Legal para reconhecer o corpo do marido. Luciana 
Nogueira estava no carro atingido por pelo menos 80 tiros disparados por homens do Exército na 
tarde de domingo (7). Com dificuldades para falar, ela contou o que viu.
“O meu filho estava no carro, viu tudo. Ele quer a foto do pai. Eu falei que o pai está no hospital. Por 
que o quartel fez isso? Os vizinhos começaram a socorrer, mas eles continuaram atirando. E falei: 
‘moço, socorre o meu esposo’. Eles não fizeram nada e ficaram de deboche“, disse ela, emocionada.
Luciana contou que estavam indo para um chá de bebê, e que pegaram aquele caminho próximo ao 
quartel porque se sentiam seguros. “Eu falei: ali é calmo, ali é nossa área. E eu vi o quartel. Tava 
protegida, da mesma forma que, quando eu vejo um policial, eu me sinto protegida”, relatou.

Um comentário:

NC Machado disse...

OS BANDIDOS QUE SE CUIDEM.