Certamente essas entrevistas de Lula têm enorme potencial de repercutir tanto em nível
nacional quanto mundial. Bolsonaro, por exemplo, pode ter que responder a Lula.
Por Renato RovaiLula está há um ano silenciado em Curitiba. Tem escrito apenas cartas e bilhetes, que o PT não
conseguiu transformar em um modelo de comunicação mais massivo e de caráter político.
Mas seria possível ter feito isso? Sim, evidente que sim. As cartas do subcomandante Marcos, por
exemplo, espalhavam-se mundo afora. Suas análises sobre o neoliberalismo e a realidade dos povos
tocavam fundo. Eram um misto equilibrado de emoção e razão. Eram manifestos.
Lula poderia ter seguido este caminho produzindo comunicados articulados ao povo brasileiro. Nos
Lula poderia ter seguido este caminho produzindo comunicados articulados ao povo brasileiro. Nos
quais apontasse caminhos às organizações populares para enfrentar o sequestro da democracia
brasileira cujo elemento mais cruel é a sua injusta prisão.
Mas isso não se concretizou e seu quase silêncio tem sido fatal para o desmonte do Estado brasileiro
Mas isso não se concretizou e seu quase silêncio tem sido fatal para o desmonte do Estado brasileiro
e a dificuldade do campo progressista em reagir.
Isso pode mudar a partir de terça ou quarta-feira quando provavelmente o ex-presidente deve
Isso pode mudar a partir de terça ou quarta-feira quando provavelmente o ex-presidente deve
conceder entrevistas a Florestan Fernandes (El País) e Mônica Bergamo (Folha). Até porque Lula
sempre soube falar melhor por entrevistas do que por artigos.
Nelas, ele libera o que nós jornalistas chamamos de lead. Ele permite manchetes. Suas falas são mais
Nelas, ele libera o que nós jornalistas chamamos de lead. Ele permite manchetes. Suas falas são mais
cortantes, suas análises menos amarradas, seus recados mais claros.
Certamente essas entrevistas de Lula têm enorme potencial de repercutir tanto em nível nacional
Certamente essas entrevistas de Lula têm enorme potencial de repercutir tanto em nível nacional
quanto mundial.
Bolsonaro, por exemplo, pode ter que responder a Lula. O embaixador americano idem. Mas isso vai
Bolsonaro, por exemplo, pode ter que responder a Lula. O embaixador americano idem. Mas isso vai
depender da vontade do sapo barbudo em chacoalhar as estruturas do país.
Mas já há um fato novo na roda da política. Lula vai falar em breve. E se essas entrevistas
continuarem sendo autorizadas, deve continuar falando a cada tempo. Não é pouca coisa isso. E se
bem usadas, essas entrevistas podem tirar a esquerda e o campo progressista do corner. Porque,
noves fora, Lula ainda é a única liderança política viva do seu campo capaz de embaralhar as peças e
abrir um novo jogo em que as condições de disputa sejam menos desfavoráveis. Por isso ele está
preso e silenciado. Mas metade disso deve acabar na semana que vem.
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