terça-feira, 12 de março de 2019

Jornalista atacada por Bolsonaro é filha de repórter que investiga milícias no RJ


Do Facebook de Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista brasileira.
“A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital prendeu na manhã desta terça-feira o sargento 
reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, por envolvimento no assassinato da 
vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O policial teve a prisão 
preventiva decretada pelo juiz-substituto do 4º Tribunal do Júri Guilherme Schilling Pollo Duarte, 
após denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ. 
Também foi preso o ex-PM, Elcio Vieira de Queiroz, que estaria com Lessa na ação que executou 
Marielle. As prisões ocorreram por volta das 4h.”
Uma observação: a reportagem é de Chico Otávio e de Vera Araújo. Chico Otávio, um dos melhores 
repórteres do país, é pai de Constança Rezende, a repórter do Estadão atacada pelo presidente Jair 
Bolsonaro no Twitter. Bolsonaro mentiu sobre a jornalista, e as milícias de ódio bolsonaristas na 
internet passaram a ameaçá-la.
Bolsonaro também citou o pai da repórter, Chico Otávio. Quis convencer que havia um complô da 
imprensa para destruir a imagem da família Bolsonaro. O que Bolsonaro estava atacando? E por quê?
Chico Otávio é um dos repórteres que mais se dedica a investigar as milícias do Rio. Vale a pena 
perguntar: o presidente queria desqualificar aqueles que investigam as transações suspeitas de seu 
filho zero um, assim como o dinheiro suspeito na conta da primeira-dama, assim como envolvimento 
do próprio Bolsonaro com milícias suspeitas de terem matado Marielle?
Não está difícil ligar os pontos sobre os ataques do presidente à imprensa que investiga. Claro, a não 
ser que você seja um bolsocrente. Pela fé, dá para acreditar em qualquer coisa. Mas, pelo menos, 
vamos nos entender: essas coisas que parte das pessoas anda acreditando pela fé, quando a razão 
aponta bem para o outro lado, não tem nada a ver com Deus.
São muitas as perguntas ainda sem respostas. Mais do que nunca, a dois dias de completar UM ano 
do crime, precisamos seguir perguntando: QUEM MANDOU MATAR MARIELLE?

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