segunda-feira, 25 de março de 2019

Com reportagem sobre milícias, Financial Times coloca mais um prego no caixão de Bolsonaro


A foto que abre a reportagem do Financial Times
Para ler a reportagem do Financial Times, clique aqui.
O Financial Times, um dos jornais de maior prestígio no mundo, publica hoje extensa reportagem 
sobre o assassinato de Marielle Franco e afirma que as conexões do clã Bolsonaro com as milícias no 
Rio de Janeiro precisam ser elucidadas.
O jornal descreve Marielle como a “Alexandria Ocasio-Cortez da política brasileira”, uma referência 
à deputada do Partido Democrata que é a sensação da política nos Estados Unidos com a sua 
proposta de “socialismo democrático” .
“Oradora pública articulada e carismática, Marielle Franco era vereadora do partido de esquerda 
PSOL, cuja campanha contra a corrupção e a violência policial fez dela uma estrela em ascensão da 
política do Rio de Janeiro – uma conquista improvável para uma mulher negra e gay de uma das 
favelas da cidade”, diz a reportagem.
Jair Bolsonaro é descrito por suas conexões com a organização criminosa representada pelas milícias.
“Não há nenhuma sugestão de que o Sr. Bolsonaro ou seus filhos tenham qualquer envolvimento no 
tiroteio de Marielle Franco. Mas uma razão pela qual seu assassinato criou problemas para o 
presidente é a rede de conexões entre o clã Bolsonaro e as pessoas envolvidas nas milícias ou perto 
delas”, diz o texto.
O jornalista lembra que, no ano passado, Bolsonaro declarou em uma entrevista de rádio:
“Veja, há pessoas que apóiam as milícias. . . Em lugares onde as milícias são pagas, não há 
violência”.
O texto também destaca a presença de parentes de milicianos no gabinete de Flávio Bolsonaro na 
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e as declarações dele que relativizaram o assassinato da 
juíza Patrício Acioli, executada em 2011 por policiais militares que tinham envolvimento com 
milícias.
A reportagem sobre as milícias como um “poder paralelo no Brasil” é cuidadosa na escolha das 
palavras, e se destaca mais pelo que não diz, mas sugere.
Tem a foto dos três filhos políticos de Bolsonaro e a lembrança de que Fabrício Queiroz, quando 
citado na investigação sobre movimentação atípica do Coaf, se refugiou em Rio das Pedras, “lar da 
primeira milícia no Rio de Janeiro.”
A reportagem prejudica a imagem do Brasil e, particularmente, a de Bolsonaro, já muito desgastada 
pelas muitas declarações que deu sobre direitos das mulheres, dos homossexuais e dos negros.
Soma-se a outras publicações recentes, como a da Fox News, que também destacou a relação de 
Bolsonaro com os milicianos e, especialmente, o fato do presidente ser vizinho de uma acusados 
pelo assassinato de Marielle.
Sergio Moro é citado negativamente, como autor de um projeto que permite a juízes rejeitar 
processos contra policiais que matarem sob “medo desculpável, supresa ou emoção violenta”.
A reportagem lembra que a polícia brasileira já mata muito, e começou a matar mais desde a posse 
de Bolsonaro. Não cita dados nesse sentido, mas o caso em que 13 pessoas foram assassinadas no 
Rio de Janeiro, numa operação supostamente destinada a prender traficantes.
O Financial Times, leitura obrigatória para lideranças capitalistas do mundo todo, não se cansava de 
elogiar Lula, durante seu governo, com editoriais sobre o ambiente positivo para negócios no Brasil.
Foram publicações que ajudaram a atrair investimentos para o país e projetar a imagem do Brasil 
com destaque entre os países emergentes. Não foi por outra razão que o país foi colocado na vitrine 
mundial, ao ser escolhido para sediar uma Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Bolsonaro leva o país no sentido contrário.
Quem lê a reportagem do Financial Times vai pensar duas vezes antes de tirar dinheiro no bolso para 
investir no Brasil.
Um presidente defensor de milicianos assassinos não inspira confiança em ninguém.Carlos e Flávio Bolsonaro: conexões do clã com as milícias

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