Com Bolsonaro, recursos para meio-ambiente irão diminuir
Editorial do Washington Post:O presidente Donald Trump, de forma eficaz, destruiu importantes proteções ambientais. O mesmo
irá valer para Jair Bolsonaro, que assumiu nesta semana como presidente do Brasil? O mundo espera
que não.
O Brasil é o lar da maior floresta do mundo, a Amazônia, um tesouro ecológico único do qual todas
as outras nações dependem. (…) O desmatamento é responsável por até 15% das emissões de gases
do efeito estufa em todo o mundo. À medida que a Amazônia encolhe, a luta contra o aquecimento
global se torna mais difícil.
(…) Nos últimos anos, o Brasil reconheceu sua responsabilidade especial em preservar as florestas.
(…) Nos últimos anos, o Brasil reconheceu sua responsabilidade especial em preservar as florestas.
Ainda que mais de 7.700 quilômetros quadrados de mata tenham desaparecido no último ano, a taxa
de desmatamento está em queda há mais de uma década. O Brasil adotou leis que proíbem
latifundiários de desmatar mais do que 20% de suas terras na Amazônia (...) E, reconhecendo a crise
climática, o Brasil se comprometeu a cortar as emissões de gases do efeito estufa em 43% até 2030,
alinhado ao Acordo de Paris.
E surge Jair Bolsonaro, frequentemente chamado de “Trump Brasileiro”. O novo presidente propôs
construir uma auto-estrada que corta a Amazônia, atacou entidades de proteção ambiental, disse que
indígenas devem “se adequar ou desaparecer” e prometeu incorporar o ministério do Meio Ambiente
à pasta da Agricultura. Logo após assumir a presidência, Bolsonaro passou a demarcação das terras
indígenas para o Ministério da Agricultura e ordenou o monitoramento de organizações não-
governamentais. A partir de agora, as entidades ambientais, já limitadas em sua atuação, poderão
enfrentar uma grave escassez de recursos.
Bolsonaro não tem uma carta branca. Ele não pode abolir o Código Florestal, eliminar proteções aos
indígenas ou sair do Acordo de Paris sem o apoio do Legislativo, no qual seu partido não possui a
maioria. Enquanto isso, o resto do mundo pode fazer sua parte. Consumidores, empresas e governos
devem evitar produtos oriundos de áreas desmatadas e também pressionar seus parceiros brasileiros
a fazer o mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário