domingo, 6 de janeiro de 2019

Amazônia: Washington Post propõe boicote de produtos de desmatamento

Com Bolsonaro, recursos para meio-ambiente irão diminuir
Editorial do Washington Post:
O presidente Donald Trump, de forma eficaz, destruiu importantes proteções ambientais. O mesmo 
irá valer para Jair Bolsonaro, que assumiu nesta semana como presidente do Brasil? O mundo espera 
que não.
O Brasil é o lar da maior floresta do mundo, a Amazônia, um tesouro ecológico único do qual todas 
as outras nações dependem. (…) O desmatamento é responsável por até 15% das emissões de gases 
do efeito estufa em todo o mundo. À medida que a Amazônia encolhe, a luta contra o aquecimento 
global se torna mais difícil.
(…) Nos últimos anos, o Brasil reconheceu sua responsabilidade especial em preservar as florestas. 
Ainda que mais de 7.700 quilômetros quadrados de mata tenham desaparecido no último ano, a taxa 
de desmatamento está em queda há mais de uma década. O Brasil adotou leis que proíbem 
latifundiários de desmatar mais do que 20% de suas terras na Amazônia (...) E, reconhecendo a crise 
climática, o Brasil se comprometeu a cortar as emissões de gases do efeito estufa em 43% até 2030, 
alinhado ao Acordo de Paris.
E surge Jair Bolsonaro, frequentemente chamado de “Trump Brasileiro”. O novo presidente propôs 
construir uma auto-estrada que corta a Amazônia, atacou entidades de proteção ambiental, disse que 
indígenas devem “se adequar ou desaparecer” e prometeu incorporar o ministério do Meio Ambiente 
à pasta da Agricultura. Logo após assumir a presidência, Bolsonaro passou a demarcação das terras 
indígenas para o Ministério da Agricultura e ordenou o monitoramento de organizações não-
governamentais. A partir de agora, as entidades ambientais, já limitadas em sua atuação, poderão 
enfrentar uma grave escassez de recursos.
Bolsonaro não tem uma carta branca. Ele não pode abolir o Código Florestal, eliminar proteções aos 
indígenas ou sair do Acordo de Paris sem o apoio do Legislativo, no qual seu partido não possui a 
maioria. Enquanto isso, o resto do mundo pode fazer sua parte. Consumidores, empresas e governos 
devem evitar produtos oriundos de áreas desmatadas e também pressionar seus parceiros brasileiros 
a fazer o mesmo.

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