Janio de Freitas, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, destaca que "voltamos
a ser um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um país
atrasado de um povo atrasado. E não há o que responder." E prossegue: "onde, no mundo não
atrasado, um juiz faria dezenas de conduções coercitivas ilegais, prisões como coação ilegal a
depoentes, gravações ilegais de acusados, parentes e advogados, divulgação ilegal dessas
gravações, excesso ilegal de duração de prisões, e sua impunidade permanecesse acobertada
por conivência ou medo das instâncias judiciais superiores? Condutas próprias de ditadura,
mas em regime de Constituição democrática."
A torrente de acusações judiciais que, de repente, voltou a cair sobre Lula, Dilma Rousseff e até
— até agora não teve êxito algum em sua função extrajudicial. Não fez parecer que a continuidade
de acusações nega a finalidade, nas anteriores à eleição, de impedir a candidatura de Lula e sua
previsível vitória.
O próprio beneficiário do efeito extrajudicial, Sergio Moro, facilitou o fracasso. Ao renegar a
afirmação de que jamais se tornaria político, e incorporar-se ao governo que ajudou a eleger, mais do
que desmoralizou o seu passado de juiz —como disse que aconteceria, se passasse à política. Tornou
mais desprezível a imagem do futuro governo e do país exposta a cada dia pela imprensa mundial.
Voltamos a ser um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um
Voltamos a ser um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um
país atrasado de um povo atrasado. E não há o que responder.
Onde, no mundo não atrasado, um juiz faria dezenas de conduções coercitivas ilegais, prisões como
Onde, no mundo não atrasado, um juiz faria dezenas de conduções coercitivas ilegais, prisões como
coação ilegal a depoentes, gravações ilegais de acusados, parentes e advogados, divulgação ilegal
dessas gravações, excesso ilegal de duração de prisões, e sua impunidade permanecesse acobertada
por conivência ou medo das instâncias judiciais superiores? Condutas próprias de ditadura, mas em
regime de Constituição democrática.
No mundo não atrasado, inexiste o país onde um juiz pusesse na cadeia o líder da disputa eleitoral e
No mundo não atrasado, inexiste o país onde um juiz pusesse na cadeia o líder da disputa eleitoral e
provável futuro presidente, e deixasse a magistratura para ser ministro do eleito por ausência do
favorito.
O juiz italiano da Mãos Limpas tornou-se político, mas sua decisão se deu um ano e meio depois de
O juiz italiano da Mãos Limpas tornou-se político, mas sua decisão se deu um ano e meio depois de
deixar a magistratura. Moro repôs o Brasil na liderança do chamado subdesenvolvimento tropical,
condição em que a Justiça se iguala à moradia, à saúde, à educação, e outros bens de luxo.
A corrupção financeira tem equivalentes em outras formas de corrupção. A corrupção política, com
A corrupção financeira tem equivalentes em outras formas de corrupção. A corrupção política, com
transação de cargos ou postos no Legislativo, por exemplo. A corrupção sexual, a corrupção do
poder das leis por interesses políticos ou materiais. Combater uma das formas não gera a inocência
automática em outras.
A maneira mesma de combater a corrupção pode ser corrupção imaterial. Ao falar dessa variedade
de antiética e imoralidades, no Brasil fala-se até do Supremo Tribunal Federal. A transação do seu
presidente, Dias Toffoli, e do ministro Luiz Fux com Michel Temer, para um aumento em que os
primeiros e maiores beneficiários são os ministros do STF, ajusta-se bem a diversos itens daquela
variedade.
Sergio Moro é dado como futura nomeação de Bolsonaro para o Supremo. Muito compreensível.
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