sexta-feira, 26 de outubro de 2018
BOLSONÁRIO AGRIDE PETROLEIRO EM SALVADOR
Leonardo Urpia, diretor da FUP, após a agressão.Quase era outro Moa do Katendê
Diretor da FUP é agredido por apoiador de Bolsonaro
No início da noite desta quinta-feira, 25, o petroleiro Leonardo Urpia, diretor da FUP e do Sindipetro
Bahia, foi vítima da intolerância e do ódio dos apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL),
quando conversava com eleitores e distribuía panfletos com propostas de Fernando Haddad (PT) em
uma praça do bairro de Imbuí, em Salvador. Ele estava com estudantes e militantes de organizações
populares, quando um homem começou a ameaçar o grupo.
O agressor arrancou o cinto de sua calça (...) e partiu para cima de dois jovens, quando Urpia tentou
conter o homem e acabou tornando-se o alvo do agressor, que o atingiu com chicotadas na cabeça e
nas costas. O petroleiro teve mãos e rosto machucados pela fivela do cinto e, ensanguentado, dirigiu-
se à Central de Flagrantes da Polícia Civil da Bahia para prestar queixas contra o agressor. O
estudante Estras dos Santos, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
(IFBA), também foi ferido durante a agressão. A ocorrência foi registrada na nona delegacia (Imbuí).
Esse é mais um entre tantos episódios de violência nestas eleições, que ameaçam direitos
fundamentais como o de livre manifestação. O Estado Democrático de Direito tornou-se refém da
intolerância e do ódio disseminados e alimentados por Jair Bolsonaro e por seus filhos, que foram
eleitos deputado federal e senador da República.
O Judiciário é também responsável por essa onda de violência que compromete o processo seu favor,
como a que aconteceu no último sábado (20), quando fiscais do TRE invadiram a sede do Sindipetro-
NF em Macaé, após saltarem a grade da entidade, arrobarem a porta e ameaçarem de atirar contra o
vigia.
“Não podemos aceitar esta cultura do ódio, da intolerância. Se o agressor estivesse com uma arma,
poderia ter ocorrido uma tragédia. Estou assustado com o caminho de ódio que o Brasil está
tomando”, declarou o petroleiro, enquanto registrava queixa na delegacia. “A dor física e as lesões
passam, mas a dor maior é saber que isto é fruto de uma condução irresponsável de um ser público,
que está influenciando brasileiros a cometer atos criminosos de intolerância, racismo, agressões
físicas, assassinatos”, afirmou Urpia, lembrando que a maior vítima disso tudo é a democracia.
A FUP repudia veementemente a agressão sofrida pelo diretor Leonardo Urpia e reafirma o
compromisso da entidade com a defesa incondicional da democracia e de um projeto político popular
que garanta os direitos sociais e a soberania nacional. Não nos intimidaremos diante deste quadro
autoritário que tomou conta do país. O ódio não vencerá.
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