sexta-feira, 21 de setembro de 2018

RECORDAR É VIVER: PF vai empurrar até o dia da eleição o inquérito da facada em Bolsonaro. Aí tem?


Depois de falhar na proteção que devia oferecer com seus 21 agentes ao candidato Jair 
Bolsonaro (PSL), e se estender de forma demasiada nas investigações para descobrir as reais 
motivações para a agressão à faca sofrida pelo ex-capitão durante passeata em Juiz de Fora, a 
Polícia Federal volta a dar provas da sua ineficiência – ou má fé – ao pedir a prorrogação das 
investigações para elucidação de um crime cujo principal suspeito foi preso em flagrante, 
minutos depois de consumar a agressão.
Ao prorrogar por mais 15 dias as investigações, a PF marca a divulgação do resultado do seu 
inquérito exatamente para as vésperas da eleição que tem por vítima exatamente o líder das 
pesquisas. E que já se beneficiou do atentado como deixa claro seu crescimento nas pesquisas, 
em razão da cobertura da mídia que noticia a evolução do seu quadro clínico desde os 
primeiros momentos do atentado.
Resta saber a quem pretende servir a PF, ao marcar para as vésperas da eleição a conclusão do 
inquérito. Como se recorda, nas eleições de 1989, procurou-se vincular ao PT o sequestro do 
empresário Abílio Dinis, então dono do grupo Pão de Açúcar. Presos no cativeiro de Diniz 
usando camisas da campanha de Lula, os envolvidos no sequestro do empresário disseram 
depois que a Polícia os obrigou a vestir as roupas.
Até mesmo teses acadêmicas já provaram que ao ser relacionado ao PT e desmentido logo após 
a eleição, a cobertura pela mídia (O Globo, Estadão, O Globo, Veja, Tv Globo etc.) do 
sequestro 
de Abílio Diniz pode ter sido decisiva para o resultado do segundo turno da eleição, 
que deu a vitória de Fernando Collor sobre Lula.
Sempre às vésperas de eleição arranja-se um fato para vinculá-lo ao PT. No início da semana, 
insinuou-se por vias transversas que o dinheiro apreendido pela Polícia Federal no aeroporto 
de 
Guarulhos na bagagem do vice-presidente da Guiné Equatorial seria destinado à campanha 
de Fernando Haddad.
A pedido da Polícia Federal, a Justiça concedeu no fim da tarde desta quinta-feira a prorrogação por
mais 15 dias do inquérito que investiga a facada em Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da 
República pelo PSL. Isso significa que o resultado das investigações sairá no dia 05 de outubro, uma 
sexta-feira, antevéspera das eleições, marcadas para o dia 7 de outubro.
Segundo reportagem do G1, de acordo com o delegado Regional de Combate ao Crime Organizado 
de Minas Gerais, Rodrigo Morais, perícias ainda estão sendo feitas no material que foi apreendido 
em posse do agressor confesso Adélio Bispo de Oliveira – um notebook, quatro aparelhos celulares e 
documentos, além de computadores.
É inevitável associar esse pedido de adiamento a dois fatos históricos e trágicos: o suposto ataque ao 
jornalista Carlos Lacerda na rua Tonelero, no Rio de Janeiro, que culminou no suicídio de Getúlio 
Vargas em abril de 1954, e a cobertura da mídia dada ao sequestro do empresário Abílio Diniz, às 
vésperas da eleição presidencial de 1989 – segundo a qual teria sido encontrado material de 
propaganda política do PT com os sequestradores.



O agressor de Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira, foi indiciado pela PF pelo crime de “atentado 
pessoal por inconformismo político” com base no artigo 20 da Lei de Segurança Nacional.
Bolsonaro está internado desde o dia 7 de setembro. Nesta quinta-feira (20) ele estava com febre de 
37,7 °C e foi submetido a uma drenagem após exame de tomografia indicar a presença de líquido ao 
lado do intestino, segundo boletim médico do Hospital Israelita Albert Einstein.

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