sexta-feira, 21 de setembro de 2018

MULTI ESTRANGEIRAS COMPRAM 16 PÁGINAS NOS JORNAIS DOS IRMÃOS METRALHA MARINHO UM DIA DEPOIS DE EDITORIAL E MANCHETE


Um dia depois de dois jornais da família Marinho terem feito defesa aberta da entrega do pré-
sal às petroleiras internacionais, elas compraram nada menos que 16 páginas de anúncios em 
ambos os veículos; o encarte foi pago pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e 
Biocombustíveis (IBP), organização das petroleiras internacionais no Brasil cuja principal 
função é defender o interesse das gigantes multinacionais do petróleo, numa operação que 
movimenta milhões de reais.

247 - Um dia depois de dois jornais da família Marinho terem feito defesa aberta da entrega do pré-
sal às petroleiras internacionais, elas compraram nada menos que 16 páginas de anúncios em ambos 
os veículos. Na quinta, O Globo publicou editorial sob o título "Mudar regulação do pré-sal é repetir 
erro já cometido". A regulação a que o editorial se refere é a mudança feita na legislação como 
primeira medida do golpe de Estado contra Dilma. A manchete do Valor Econômico, no mesmo dia, 
foi: "Leilão do pré-sal deve atrair investidor, mas incerteza política pesa". Hoje, sexta (21), os dois 
jornais publicaram um encarte pago pelas petroleiras internacionais com o título: "Adiar exploração 
das riquezas do pré-sal comprometeria desenvolvimento do país". Tanto os títulos como os textos do 
material editorial como do encarte publicitário são coincidentes no tom, no espírito e até no estilo 
redacional.
O encarte foi pago pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), organização 
das petroleiras internacionais cuja principal função é defender o interesse das gigantes 
multinacionais do petróleo, numa operação que movimenta milhões de reais em lobby, eventos e 
iniciativas editoriais e publicitárias, entre outras.
Leia o texto a seguir: "durante os dois anos de governo Michel Temer, uma série de mudanças 
regulatórias - como a flexibilização da política de conteúdo local e o fim da operação única da 
Petrobrás no pré-sal - ajudou a criar um clima de negócios mais favorável para as petroleiras. Tanto 
que, desde 2017, elas já desembolsaram R$ 21 bilhões nos leilões, para aquisição de ativos". Ele foi 
publicado no editorial de O Globo, na reportagem do Valor ou no encarte publicitário pago pelo IBP? 
O tom laudatório parece indicar que foi no encarte pago. Mas, não. É um trecho da reportagem do 
Valor Econômico. Leia reportagem do 247 sobre o editorial e a reportagem, postada ontem (20), 
aqui
No começo desta semana, a presidente da ExxonMobil no Brasil, Carla Lacerda, já havia declarado 
ao jornal que as mudanças regulatórias promovidas por Temer animaram multinacional a voltar aos 
leilões, em outra reportagem laudatória. Quem vem a ser Carla Lacerda, além de presidente da 
ExxonMobil? Ninguém menos que a presidente do Conselho de Administração do IBP.
A composição do Conselho do IBP é um clube das petroleiras estrangeiras. O vice de Carla Lacerda, 
presidente no Brasil da americana ExxonMobil é Leonardo Junqueira, que preside a seção brasileira 
da Repsol Sinopec (hispano-americana). Os outros conselheiros são Adriano Bastos, da BP (inglesa), 
André Araújo, da Shell (anglo-holandesa), João Clark Filho, da Ecopetrol (Colômbia), Maxime 
Rabilloud, da Total (francesa), Miguel Pereira e da Petrogal (portuguesa). A Petrobras tem apenas 
uma pessoa no Conselho, Solange Guedes, mas ela se sente "em casa", porque é uma executiva 
totalmente alinhada com o pensamento entreguista do ex-presidente da companhia Pedro Parente.

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