quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A VINGANÇA É UM PRATO QUE SE COME FRIO: UM A UM OS CONSPIRADORES ESTÃO CAINDO


por Joaquim de Carvalho
A eleição de 2018 pode entrar para a história como aquela em que, consultado, o povo disse não à 
violência institucional que retirou Dilma Rousseff da presidência da república e não à aliança 
judicial-midiática que encarcerou Lula, para tirá-lo da disputa eleitoral.
É hora da revanche. Sem armas. Pelo voto.
Pelas pesquisas divulgadas, Fernando Haddad vai para o segundo turno contra Jair Bolsonaro ou, 
mantido o ritmo de crescimento, pode ganhar a eleição em turno único.
E esta não será a única vitória do campo democrático-progressista.
As vitórias começaram em São Paulo e Minas Gerais, mesmo antes do início da campanha eleitoral.
Marta Suplicy optou pela aposentadoria voluntária, por temer o vexame de uma aposentadoria 
compulsória em consequência da previsível derrotada para o ex-marido.
Foi o primeiro ato da revanche.
A saída de cena de Marta é um castigo justo para quem participou da conspiração que levou à queda 
de Dilma.
Em setembro de 2015, três meses antes da abertura do processo de impeachment, ela fez uma 
proposta indecente a Gabriel Chalita.
Na época, Chalita era filiado ao PMDB e tinha assumido a Secretaria de Educação da Prefeitura de 
São Paulo.
Marta estava deixando o PT e entrando no PMDB, já com a promessa de que seria ela mesma 
candidata a prefeita, numa disputa com Haddad.
Esse movimento representava a quebra do acordo selado por Lula e Michel Temer, pelo apoio à 
reeleição de Haddad.
Marta ofereceu a Chalita o Ministério da Educação, num, à época, hipotético governo de Michel 
Temer (hipotético para a massa, mas ela já sabia que estava em curso o movimento para derrubar 
Dilma).
Em troca, Chalita deveria romper o acordo, deixar a prefeitura e desistir da candidatura a vice de 
Haddad.
Chalita não topou, o PMDB, juntamente com o PSDB, derrubou Dilma, como Marta avisou que 
aconteceria, e foi ela mesma candidata a prefeita.
O segundo ato da revanche foi a desistência de Aécio Neves de tentar a reeleição ao Senado.
Em seu lugar, deve assumir Dilma Rousseff, a terceira vitoria nas batalhas contra a guerra suja.
Em mais um ato de justiça, Aloysio Nunes Ferreira, conspirador de primeira hora, também está 
saindo de cena.
Em São Paulo, a derrota de João Doria se aproxima. Mesmo que vá para o segundo turno, não ganha 
de Paulo Skaff ou de Márcio França.
Há dois anos, quando ganhou de Haddad, Doria se comportava como o futuro presidente da 
república.

Trabalhou para isso, mas, montado na farsa do impeachment, não foi longe, e agora se aproxima o 
dia em que talvez Haddad subir a rampa do Palácio do Planalto.
A derrota de Doria em São Paulo também representará o fim de 24 anos de poder dos tucanos no 
Estado.
Em outros Estados, a derrota dos conspiradores está igualmente próxima. Só para citar um caso, o de 
Mendonça Filho, do DEM.
Mendoncinha não consegue sair do terceiro lugar nas pesquisas para o Senado em Pernambuco.
Um a um, todos estão caindo.
Mas nem todas as batalhas políticas estão vencidas.
Cristovam Buarque ainda ostenta um sorrisinho na face, porque, no seu caso, não está consumada a 
derrota.
Ele trava uma disputa com Leila do Vôlei, do PSB, Izalci, do PSDB, e Chico Leite, da Rede, pelas 
duas vagas ao Senado pelo Distrito Federal.
Cristovam traiu a vontade daqueles que o colocaram no Congresso Nacional, com a aliança em torno 
de Aécio Neves para o apoio ao governo de Michel Temer.
Cristovam não merece, portanto, permanecer no Senado.
Lula percebeu o alcance desse movimento do eleitor e, concentrando-se em Haddad, divulgou do 
cárcere um bilhete:
“A eleição do Haddad vai ser a resposta do povo brasileiro ao golpe. Aos que sabotaram a 
democracia e tentaram impedir a soberania do voto popular”.
Não só a eleição de Haddad, mas a derrota dos que violentaram a democracia.

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