A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma das mais
importantes agências de fomento à pesquisa e à formação de docentes do país, enviou ao ministro da
Educação, Rossieli Soares da Silva, uma nota dizendo que o teto de gastos que deve ser imposto à
entidade em 2019 pode inviabilizar o pagamento de bolsas de estudos, entre outras atividades.
Segundo o documento, assinado pelo presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, só haveria recursos
para a entidade cumprir seus compromissos até o mês de agosto de 2019.
O número de prejudicados, nas contas da agência, pode chegar a 93 mil alunos de pós-graduação
(mestrado, doutorado e pós-doutorado), 105 mil beneficiários de programas voltados à educação
básica e 245 mil pessoas ligados à Universidade Aberta do Brasil (UAB), entre alunos e bolsistas —
professores, tutores, assistentes e coordenadores.
O impacto pode ser grande porque a maior parte da pesquisa nacional é produzida dentro de
universidades, durante o desenvolvimento de teses e dissertações.
Sem bolsa, muitos pós-graduandos acabam abandonando suas pesquisas e deixando a carreira
acadêmica para trás.
(...) Em redes sociais, cientistas e estudantes protestaram. “Está em curso o processo que pode
representar a última pá de cal da ciência brasileira. Se nada mudar no orçamento do MEC de 2019,
jovens cientistas brasileiros não terão bolsas de estudos da Capes a partir de agosto de 2019! O dia
do Juízo Final da ciência brasileira foi marcado!”, escreveu o neurocientista Miguel Nicolelis.
" A Capes acertadamente lançou o aviso: se não mudar o orçamento, é isso o que vai acontecer. A
bola está com o MEC e com o Temer. E está com a gente também, é hora de intensificar a pressão
em cima desse governo Eu entendo perfeitamente o desânimo e a vontade de jogar tudo pro alto.
Sinto tudo isso também. Mas o jogo não acabou. Reverter o placar vai ser difícil mas é possível",
escreveu a estudante de doutorado da área de ciências da informação Iara Vidal.
De R$ 7,77 bilhões empenhados em 2015, o orçamento da Capes caiu para R$ 4,96 bilhões em 2017
(a diferença, grosso modo, é o equivalente ao programa Ciência Sem Fronteiras, hoje suspenso). Em
2018 o valor aprovado é de R$ 3,94 bilhões, dos quais R$ 1,95 bi já foram gastos.
(...)
Assista ao momento em que Alckmin disse que pretende
acabar com a pós-graduação pública e gratuita
Durante sua participação no programa “Central das Eleições”, da GloboNews, o tucano disse: “O
primeiro caminho que vejo é cobrar a pós-graduação. Esse seria o primeiro passo”A afirmação do
tucano veio no mesmo dia da notícia de que, em função da PEC dos Gastos, as
tucano veio no mesmo dia da notícia de que, em função da PEC dos Gastos, as
bolsas de estudo especificamente para pós-graduação estão seriamente ameaçadas para 2019.
Assista ao vídeo:
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