quarta-feira, 22 de agosto de 2018

OPERAÇÃO MUIRAQUITÃ: PF EXPLODE PISTAS E MAQUINAS

PF explode pistas e queima máquinas durante operação em 
garimpos na terra kayapó: chinês e italiano envolvidos

Máquinas queimadas pela PF no valor de R$ 2 milhões
VER-O-FATO
Um empresário chinês do setor financeiro e uma família italiana estão sob investigação da Polícia 
Federal, que nesta manhã deflagrou a operação Muiraquitã com o objetivo de desarticular um grupo 
criminoso que atuava no garimpo ilegal na terra indígena Kayapó. A ação está sendo realizada na 
região entre as cidades de Ourilândia do Norte e Tucumã, no sul do Pará. O trabalho policial é é 
resultado de uma parceria entre PF, Ibama e a Funai.
Segundo a PF, o chinês e os italianos se beneficiariam da relação dos garimpeiros ilegais com 
compradores do exterior. “As ações desencadeadas visam realizar prisões em flagrante dos 
envolvidos, faciliciar a ação do órgão ambiental na constatação dos danos extremos à natureza, 
desativar as pistas de pouso que não são homologadas pela Agência Nacional de Aviação Civil 
(ANAC) e que não servem à comunidade indígena e estancar a extração e comercialização ilegal de 
ouro na região”, diz a PF.
A operação é considerada a maior ação com uso de força aérea policial naquela região do país. Ao 
todo, são sete helicópteros da PF, Ibama e Secretaria de Segurança Pública do Pará estão atuando 
para atacar a logística utilizada pelo grupo. Duas pistas de pouso e decolagem clandestinas serão 
explodidas pela PF.
Em nota, a PF diz que a atividade mineradora clandestina ocasiona diversos danos ao meio ambiente 
e aos indígenas, sendo os mais recorrentes: "desvio do curso de rios, desmonte hidráulico (no caso de 
garimpagem mecânica), aterramento de rios e contaminação do solo, ar e águas através de metais 
pesados, principalmente o mercúrio, extinção de vegetação e animais e contaminação dos silvícolas”.
Até o momento, a Funai já mapeou que cerca de 2.800 indígenas foram contaminados pelos resíduos 
do garimpo ilegal despejados nos rios da região. A extensão dos danos causados será avaliada por 
peritos criminais federais que participam da operação e estão coletando informações e materiais que 
resultarão em laudo pericial.
O nome da operação faz referência aos objetos utilizados por “povos indígenas como amuletos, 
símbolos de poder ou, ainda, como material para compra e troca de artefatos valiosos”.
Sindicalista no rolo
Em outubro do ano passado, agentes do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama 
realizaram operação de combate a garimpos de ouro na mesma região de 3,2 milhões de hectares - 
maior do que o estado de Alagoas - onde vivem dezernas de tribos kayapós.
Em três dias, com apoio de três aeronaves, foram destruídas 12 balsas de mergulho, 1 balsa 
escariante, 12 escavadeiras hidráulicas, 4 motobombas e 1 caminhão carregado de toras. Os agentes 
ambientais também apreenderam em acampamentos de garimpeiros uma arma, uma mira de precisão 
para espingarda e aproximadamente 700g de mercúrio. A legislação proíbe o garimpo e a extração de 
madeira em Terras Indígenas.
Entre os infratores flagrados dentro da TI Kayapó estava o presidente da Cooperativa de Garimpeiros 
de Ourilândia do Norte, João Costa Guerra. Responsável por uma escavadeira usada para abrir nova 
frente de garimpo em área isolada, ele foi autuado pelo Ibama. Os documentos apreendidos foram 
entregues ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) para responsabilização 
criminal dos envolvidos.

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