sábado, 25 de agosto de 2018

APÓS 26 DIA MILITANTES PRO LULA ACABAM GREVE DE FOME


De cadeira de rodas, fragilizados, seis ativistas encerraram em greve de fome em que estavam, 
desde 31 de julho para que a Ministra Cármem “Não deixe o samba acabar” Lúcia colocasse 
em votação a decisão sobre a prisão antes do trânsito em julgado das sentenças.
No ato de encerramento, divulgaram o manifesto:
No dia 31 de julho, iniciamos a Greve de Fome por Justiça no STF –Supremo Tribunal Federal, com
um manifesto à sociedade que foi protocolado no próprio STF, num ato político que resultou em
repressão absurda e descabida aos militantes grevistas. Mas não conseguiram calar as nossas vozes:
resistimos e ainda mais fortes e indignados, deflagramos o processo da greve de fome.
Nosso objetivo com a greve é contribuir na luta pelo enfrentamento ao golpe que sob o contexto de
crise profunda do capital, amplia os processos de exploração do trabalho e dos nossos bens naturais,
causando aumento da desigualdade, da fome, da miséria, do desemprego e da violência social. A
greve de fome luta por soberania popular, pelo controle de nossos bens estratégicos do petróleo e da
energia, pelo direito do povo de participar do poder e decidir os rumos do país. Por isso lutamos pela
libertação do presidente Lula, que está encarcerado desde o dia 7 de abril, sem crime e sem prova.
Portanto Lula é inocente e sua prisão tem caráter político.
Denunciamos com a greve de fome a ditadura do judiciário, principalmente do STF que de forma
arbitrária tomou o lugar do povo, rasgando a Constituição brasileira e fragilizando ainda mais a
democracia, construída na dura disputa da luta de classes.
Sabemos que a greve de fome é um ato extremo, mas o praticamos de forma consciente, inspirados
na revolucionária resistência ativa, historicamente forjada pelos povos que não baixaram a cabeça
diante das elites dominantes.
E após 26 dias de Greve de Fome, decidimos por sua suspensão, por entender que ela cumpriu com
seu sentido provocador dos objetivos que propusemos desde o início desta ação politica. Nos
sentimos vitoriosos, pois assim se sentem os povos que lutam e tivemos acúmulos importantes para o
conjunto da luta popular.
Conhecemos melhor quem são os chamados operadores do direito, ministros e asseclas do poder
judiciário. Vimos como se movem por um teatro fantasioso, guiados pela mídia burguesa, com pouca
sensibilidade pelo povo, e nenhum respeito pela constituição. Como opera o governo dos golpistas,
seus interesses explícitos de estar a serviço do capital estrangeiro, das empresas transnacionais, dos
bancos e do seu próprio bolso.
Conhecemos melhor como funciona a mídia burguesa, mentirosa, que se pauta apenas pelos
interesses de seus patrões e da manutenção do poder aos privilegiados. Como age o poder legislativo,
peça fundamental do golpe e seu total distanciamento dos problemas reais do povo.
Nestes 26 dias de greve, ocupamos o STF com nossos atos políticos e inter-religiosos, através de
audiências com diversos ministros, pautando a necessidade de votar as ADCs – Ações Declaratórias
de Constitucionalidade, assegurando a presunção de inocência.
Denunciamos o não cumprimento da Resolução da Comissão de Direitos Humanos da ONU pelo
Brasil, que determina o direito de Lula ser candidato nas eleições de 2018.
Seguimos firmes na luta e dispostos a contribuir com as tarefas históricas e os desafios que estão
colocados para os movimentos e organizações do campo popular. Lutaremos de forma incansável
pelo respeito à justiça, garantindo Lula Livre e pelo seu direito de disputar as eleições. Pela
construção soberana de um Projeto Popular para o Brasil.
Nossas principais tarefas políticas são trabalho de base, formação política e retomada das lutas da
massa. Precisamos ouvir o povo, estar inserido na sua luta cotidiana de resistência e provocar
processos de lutas contundentes. As formas de trabalho de base são variadas, e devem envolver as
visitas nas casas, as reuniões de pequenos grupos, assembleias populares, a construção dos
Congressos do Povo e da Frente Brasil Popular.
Devemos travar a batalha das ideias na disputa da comunicação popular, enfrentando o poder
ideológico da grande mídia.
Teremos ainda muitas batalhas coletivas pela frente, mas temos a certeza que “se calarmos, as pedras
gritarão!” Nosso desafio é que a luta atual, se transforme em força social capaz de virar o mundo e
destruir privilégios. Não pagaremos a conta do fracasso desse modelo de sociedade. Por isso a luta
vale a pena e a vida vale a luta! Essa luta é nossa! Essa luta é do povo!!

Brasília, 25 de agosto de 2018.
Jaime Amorim, Zonalia Santos, Rafaela Alves, Frei Sergio Gorgen, Luiz Gonzaga Silva – Gegê, 

Vilmar Pacífico e Leonardo Nunes Soares.

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