
Em meio ao aumento da repercussão internacional da prisão política do ex-presidente Lula, a
presidente do STF, Cármen Lúcia, defendeu nesta sexta-feira, 27, as decisões judiciais da Lava
Jato e disse o Direito é o espaço da razão; "Criticar vale, mas desafiar a Justiça, jamais",
afirmou; "É essa Constituição republicana que permite à Justiça julgar aqueles que se
achavam antes 'injulgáveis'... A culpa da corrupção não é do juiz"
LAVA JATO ELEITORAL
Segunda Opinião do professor Wanderley Guilherme dos Santos
Houve no Brasil minutos de alta tensão depois da vitória de Juscelino Kubitschek, com subsequentesLAVA JATO ELEITORAL
Segunda Opinião do professor Wanderley Guilherme dos Santos
e frustradas tentativas de invalidar o resultado por militares inconformados.
Depois de mais de meio século, atravessamos a turbulência gerada pela bem sucedida trama de
Aécio Neves, imediatamente transformada em sólido bloco político-midiático, desdobrada em
impedimento da presidente Dilma Rousseff.
No instante atual, não só a perspectiva da própria eleição desagrada a muitas figuras do atual
condomínio como a condução do processo pré-eleitoral se faz por mal traçadas linhas, com
cerceamento de políticos por razões altamente controversas e sussurros de que certos resultados
seriam inaceitáveis.
O momento de confusão de identidade envolvendo o Judiciário, especialmente as togas maculadas
do Supremo Tribunal Federal, adiciona balbúrdia às suspeitas sobre a solidez das instituições.
Supondo ultrapassado sem estilhaços o desafio eleitoral, aí será a vez da prova dos nove da Lava
Jato.
Nenhum democrata aceita a hipótese de que as investigações sejam interrompidas. Ao contrário, ao
longo de toda essa escavação espera-se o aparecimento de formas constitucionais de manter o Estado
brasileiro, em todos os seus níveis, submetido a vigilância preventiva e reparadora de atentados à
economia nacional.
Por sua própria natureza, a demorada condução desse processo não pode permanecer em mãos de
personagens claramente preconceituosos e seletivos, arbitrários e desafiadores dos cânones de
normalidade da execução judiciária. Resultado e alimento da volubilidade e complacência do
Supremo Tribunal Federal, o aparato envolvido nos absurdos cometidos por instâncias do judiciário,
por agentes do Ministério Público e da Polícia Federal, há que haver imediatamente pós-eleição uma
reformulação a jato do pessoal e das regras de conduta da investigação. Ou isso ou o novo
presidente, por mais que privilegiado nas urnas, não governará com autoridade e autonomia.
Os partidos interessados deveriam mostrar ao eleitorado que o problema das eleições inclui avaliação
sobre que candidatos teriam disposição e convicção democrática para colocar a Lava Jato a serviço
do tesouro da nação, e não aos interesses de uma coalizão de conservadores.
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