quarta-feira, 25 de julho de 2018

QUEM GOVERNARÁ O POSTE DO LULA?


GGN reproduz abaixo a íntegra da resposta de Ciro Gomes sobre uma eventual aliança 
com o PT e, na sequência, com o PCdoB.
Além de ter dito que a condenação inviabiliza Lula nesta eleição e que, com o Judiciário de 
hoje, dificilmente o petista sairá da cadeia a tempo de disputar, Ciro também comentou a 
estratégia do PT em escolher um substituto para Lula de última hora. Um "poste", como 
teria dito o apresentador do programa de TV.
Chama atenção que Ciro já busca vacinar contra o candidato de Lula quando afirma que o 
País não aguenta ser governado por "procuração" nem ter um presidente sem autoridade e 
autonomia suficiente para lidar com a crise atual. E, no final, ainda insinua que mesmo que 
essa estratégia dê certo, vai ser um erro justamente porque este candidato será a sombra 
de Lula.
Quer dizer: Ciro cogita que o xadrez do PT pode dar certo?
Ao final, o presidenciável diz que se um jovem quisesse mesmo protestar contra a classe 
política ne eleição e renovar o cenário, votaria na "talentosa" Manuela D'Ávila ou em 
Guilherme Boulos.  
Assista a partir dos 18 minutos:
Entrevistador: (...) Esse momento de conversa com o PT pode chegar?
Ciro: Pode. Nós deveríamos, em homenagem ao nosso povo, nós deveríamos nos unir. Eu
ajudei po Lula por 16 anos sem tirar nenhum dia do período dele e da Dilma. Já zangado
porque eu via as coisas acontecendo, sabia que ia dar problema, cansei de avisar pra ele e
ele não quis ouvir, porque o poder, por muito tempo, também tira um pouco a pessoa do
normal.
Mas nesse momento o que acho é que temos de ter paciência e humildade com o trauma
do PT. Eles estão cansados de saber que o Lula não vai ser candidato pela Lei da Ficha
Limpa, que o próprio Lula foi quem botou pra valer. Quando o camarada é condenado em
segunda instância, não interessa nem que ele possa ser absolvido na terceira instância. A
Lei da Ficha Limpa não permite [que seja candidato]. Então vamos pensar juntos aqui: a
burocracia [do PT] está pensando que vai manter a candidatura do Lula, continuar dizendo
que Lula é candidato, e quando for lá pelo mês de setembro, quando a Justiça disser que
Lula não vai ser candidato, então Lula vai dizer: 'Então se não vão deixar eu ser, vai ser
fulano.' Ora, o Brasil não aguenta um presidente por procuração numa altura dessa. O
camarada diz assim: não, eu gosto muito do Lula. Mas só porque eu gosto muito do Lula,
ele vai apontar outra Dilma? Não é por nada não, mas o País está num momento muito
difícil, precisando de pulso, autoridade, até para corrigir a carga.
Você imagina se com um cabra desse do outro lado, o Lula tem chance de sair da cadeia?
Nenhuma. Só tem chance de sair da cadeia se a gente organizar a casa, botar juiz para
voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele, e
restaurar a autoridade do poder político. De novo: com uma tragédia, só resta eu. Porque
ninguém inventa do dia para a noite. Se inventa, mesmo dando certo, dá errado.
Entrevistador pergunta sobre aliança com o PCdoB.
Ciro: Quero muito, mas preciso respeitar o tempo do PCdoB. Eles têm uma candidata que é
uma moiça de muito valor, a Manuela D'Ávila. Taí: se o jovem quisesse protestar mesmo, o
lugar não é Bolsonaro. É Manuela. Manuela tem a intransigência de Bolsonaro - não faz
acordo com ninguém, está ali na posição dela - mas é limpa, gosta do povo, é mulher, é
jovem, conhece a realidade do Brasil. Estou falando de uma adversária, mas se a gente
quer de fato renovar, o caminho não é num deputado federal a 28 anos. O caminho é numa
jovem talentosa ou Boulos, que vem pelo PSOL também com essa intransigência. Pelo
menos aqui nós estamos votando na defesa dos mais pobres, an defesa do interesse
nacional, que o outro  [Bolsonaro] representa o oposto.

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