quarta-feira, 20 de junho de 2018

O IDIOTISMO DA MIDIA GOLPISTA BRASILEIRA: AO MENOS OITO CRIANÇAS BRASILEIRAS, ESTÃO PRESAS NOS EUA EM ABRIGOS TIPO CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO


POR FERNANDO BRITO   

Nenhum dos grandes jornais, até agora, percebeu o potencial de mobilização com o fato de que ao 
menos oito crianças brasileiras, com idades entre seis e 17 anos, estão presas nos Estados Unido, em 
abrigos semelhantes a campos de concentração, porque seus pais foram pegos em situação de 
imigração ilegal no país norte-americano.
Samuel Wainer, Paulo Bittencourt, Assis Chateaubriand ou Julio de Mesquita, há 50 anos, teriam 
agarrado como bandeiras de seus Última Hora, Correio da Manhã, Associados ou Estadão e estariam 
mandando correspondentes para achar, fotografar e entrevistar os meninos e meninas enjaulados pela 
política migratória de Donald Trump.
A diplomacia brasileira, desafiada pela mídia, estaria exigindo a imediata repatriação das crianças e 
de seus pais e eles seriam recebidos aqui por um mar de câmeras e microfones. Choveriam ofertas de 
emprego para os emigrantes frustrados de grandes empresas, interessadas no marketing espontâneo e 
as lágrimas dos pais inundariam as televisões.
Mal e mal, porém, temos chamadas pequenas, anódinas, salvando-se esta, ao menos em pé de 
página, de O Dia.
Já nem se fala no sabujismo de não criticar o “grande irmão do Norte” mesmo diante de situações 
vexatórias como esta, apenas mais uma no mar de monstruosidades chauvinistas dos EUA na gestão 
Trump. Mas nem mesmo sensacionalista esta pretensiosa mídia brasileira consegue ser.
Não há uma manchete garrafal, nenhum editorial indignado, nenhuma cobertura especial, que fica 
reservada para o corte do “miojo” da cabeleira de Neymar Jr e para a tal carta da CBF para a Fifa 
exigindo a falta sobre Miranda no gol da Suíça.
O “quarto poder” brasileiro vai cada vez mais se aproximando dos outros três, que atuam, 
repectivamente, nos padrões Temer, Centrão e Carmem Lúcia, numa mediocridade e genuflexão sem 
tamanho.
Cuba, a quem gostam tanto de criticar, moveu mundos e fundos para resgatar um criança levada 
contra a vontade do pai para os Estados Unidos e, aqui mesmo, não se economizou espaço e tempo 
para fazer o mesmo por um menino, filho de norte-americano, que era mantido pelos avós, influentes 
no Judiciário, longe do pai.
Crianças presas, meu Deus, pais e mães separados por nove meses, como registra o Estadão
discretamente. Drama para ninguém botar defeito; “mundo cão”, escândalo, comoção. Mas age-se 
como se estivessem falando de um caso de simples burocracia.
Guardaram toda a sua indignação moralista para adular os rapazes da Lava Jato.

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