domingo, 17 de junho de 2018

MINISTRO LUIS FUCK E SUA DEFESA DA CENSURA PARA ESMAGAR A INTERNET


"Quase ao final do Jornal Nacional deste sábado (16), Otario Bonner fez cara séria, olhou 
fixamente para a câmara e sentenciou:- Num congresso sobre direito eleitoral, ontem à noite 
em Curitiba, o ministro do STF Luís Fuck falou sobre como a Justiça Eleitoral pretende 
combater as chamadas fake news. (...)" diz o jornalista e professor da UFABC Gilberto 
Maringoni; "Em outras palavras, a volta de uma forma pilantra da censura velha de guerra", 
diz.

Por Gilberto Maringoni, em seu Facebook 

Quase ao final do Jornal Nacional deste sábado (16), William Bonner fez cara séria, olhou fixamente para a câmara e sentenciou:
- Num congresso sobre direito eleitoral, ontem à noite em Curitiba, o ministro do STF Luís Fux falou sobre como a Justiça Eleitoral pretende combater as chamadas fake news. (...) O ministro disse que além da estratégia da área de inteligência, o TSE tem o apoio do jornalismo pro-fis-sio-nal (assim mesmo, marcando as sílabas) nessa tarefa e acordos com os partidos políticos.
Corte para o excelentíssimo ministro - indicado por Dilma Rousseff - , sua invejável cabeleira e seus maneirismos de malandro amigo:
- "Não há nada pior do que o eleitor, o cidadão votar desinformado ou votar informado por algo que não corresponde à realidade. Nós temos a imprensa do nosso lado. Nós temos um comitê de imprensa comprometido em averiguar a veracidade num primeiro momento, como fonte primária, das fake news. E os jornais já estão criando espaços para conferência.
"Nós temos a imprensa do nosso lado".
Bela frase.
A cena volta para Bonner no estúdio:
- O ministro Fux disse também que empresas gigantes da internet se comprometeram a tirar do ar as fake news assim que forem notificadas pelo TSE.
A mídia corporativa e as autodenominadas agências de checagem levaram uma bola no meio das pernas nesta semana, no caso do emissário do Papa que visitou Lula na cadeia. Depois de alegarem que o advogado argentino Juan Grabois teria feito uma armação em Curitiba - que seria um caso gritante de fake news - , foram desmascaradas pelo jornalista Mauro Lopes e por desmentido da Santa Sé. Grabois de fato era um emissário do Pontífice.
Apesar de retificação tíbia de uma das agências de checagem, a grande mídia volta à carga. Dessa vez, foi buscar reforço num dos parlapatões da alta corte.
O tal combate às fake news nada tem de busca pela verdade, uma vez que a mídia industrial é useira e vezeira em distorcer fatos de acordo com seus interesses políticos. O que está em pauta é o combate a sites e portais de oposição e a disseminação plural de informações pelas redes sociais.
Em outras palavras, a volta de uma forma pilantra da censura velha de guerra.
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A internet livre é a única defesa do cidadão  contra a manipulação da grande 
mídia, especialmente entre nós. No caso da Globo, uma virtual monopolista da 
informação no Brasil, estamos todos sujeitos a manobras políticas de interesse 
da empresa e contrárias ao interesse público. Veja esse fenômeno de circo que 
criou sob a rubrica de “que futuro você quer para o Brasil?”: milhares de 
cidadãos bem intencionados mandam seus vídeos para a emissora, que, sem 
controle externo, escolhe aqueles que quer por em circulação. 
Naturalmente, não mexem no conteúdo. Mas simplesmente escolhem os onteúdos 
que interessam.

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