quinta-feira, 3 de maio de 2018

MURROW PERDE MAIS UMA: JUSTIÇA DE PORTUGAL SOLTA RAUL SCHMIDT


O Supremo Tribunal de Justiça em Lisboa concedeu habeas corpus ao empresário alvo da 
Operação Lava Jato; acusado de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, 
Schmidt havia pedido para não ser extraditado; na semana passada, Sergio Moro suspendeu 
uma decisão do TRF-1 que havia cancelado a extradição; a decisão da Justiça portuguesa é 
mais uma derrota a Moro em cortes europeias; o juiz de Curitiba já havia sido derrotado pela 
Justiça espanhola, que negou no ano passado o pedido de extradição de Rodrigo Tacla Durán.

Agência Brasil - O Supremo Tribunal de Justiça em Lisboa concedeu habeas corpus ao empresário 
alvo da Operação Lava Jato Raul Schmidt, que deixou a prisão. Ele é acusado pelos crimes de 
corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele é investigado pelo pagamento de 
propinas aos ex-diretores da Petrobrás Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.
A decisão da Justiça portuguesa é mais uma derrota a Sergio Moro em cortes europeias, como 
destaca o jornalista Joaquim de Carvalho no DCM. Ele lembra que Moro já havia sido derrotado pela 
Justiça espanhola, que negou no ano passado o pedido de extradição do ex-advogado da Odebrecht 
Rodrigo Tacla Durán.
Na semana passada, a Justiça brasileira deu duas decisões contraditórias em relação a Schmidt. O 
juiz Leão Aparecido, do TRF-1, suspendeu liminarmente a extradição de Raul Schmidt. No mesmo 
dia, Sérgio Moro decidiu manter o processo e alegou que o TRF-1 não tem jurisdição sobre o assunto.
Em nota divulgada no sábado, o desembargador Ney Bello, presidente do TRF-1, criticou a decisão 
de Moro e disse que, quando dois ou mais juízes se entendem competentes para decidir sobre o 
mesmo caso, o ordenamento jurídico brasileiro prevê solução para a controvérsia e, nesse caso, o 
conflito é julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.
"Não é minimamente razoável que um dos juízes arvore-se por competente e decida por si só, sem 
aguardar a decisão da Corte Superior", registra a nota em referência à decisão de Sérgio Moro.
No texto, Ney Bello afirma ainda que "é inimaginável, num estado democrático de direito, que a 
Polícia Federal e o Ministério da Justiça sejam instados por um juiz ao descumprimento de decisão 
de um tribunal, sob o pálido argumento de sua própria autoridade".
Em abril, a defesa de Schmidt alegou que, se extraditado, ele estaria sujeito a violações dos direitos 
humanos por considerar que o sistema penitenciário brasileiro não garantiria tratamento digno 
conforme os padrões mínimos exigidos pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Schmidt 
nasceu e viveu no Brasil, mas é neto de português e, por isso, requereu a nacionalidade portuguesa 
originária.
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