quarta-feira, 23 de maio de 2018

MURROW COM A BOCA NA BOTIJA


Dr Willians (E), o Imparcial e Incorruptível, e um tucano bilionário (D) - Divulgação/LIDE. 
Damous denuncia Moro por ligação com o Dr Willians

Em seu presente tour pelos USA, que teve início no dia 15/V - quando o Moro voltará a bater ponto 
na comarca de Curitiba?, pergunta o Conversa Afiada -, o Judge Murrow participou de várias 
atividades peculiares: foi escrachado em inglês, recebeu o prêmio (cafona) de "Personalidade do 
Ano" , tirou foto com um ex-prefeito e com uma tchurma de notáveis e foi até paraninfo de uma 
formatura na Universidade de Notre Dame, em Indiana.
("Indiana" é bem mais fácil de pronunciar do que "Massachussets"!)
Um desses eventos foi o Brazilian Investment Forum, em Nova York, no dia 16/V.
Trata-se de um evento para - de acordo com o próprio site - "reunir empresários e investidores 
nacionais e internacionais" com objetivo de "debater relações bilaterais entre Brasil e Estados 
Unidos".
(Debater relações... Não precisamos mais de Itamaraty: temos o Investment Forum!)


O tal fórum foi organizado pelo LIDE, a empresa do ex-prefake de São Paulo, João Agripino Doria, 
especialista em - quando não está fantasiado de gari - organizar palestras, simpósios e outros eventos 
para apresentar políticos a ricos e ricos a políticos.
O co-palestrante da noite foi Carlos Marun, ministro da secretaria de governo do MT, defensor de 
primeira hora do presidente ladrão e acusado de tomar R$ 16 milhões do erário público do Mato 
Grosso do Sul.
Mas esse não é o aspecto mais interessante do evento.
O LIDE Brazilian Investment Forum recebeu o patrocínio de quatro empresas brasileiras - uma delas 
é o escritório Nelson Willians & Advogados Associados.


Não é a primeira vez que Nelson Willians - sócio-proprietário do escritório de advocacia -, Moro e 
Doria estiveram juntos em eventos do LIDE. Em setembro de 2015, Moro e Willians participaram de 
um "almoço-debate" sobre a Operação Mãos Limpas. Em março de 2016, outro evento: a palestra 
"Empresas e Corrupção", organizada pelo LIDE Paraná .

(Nelson Wilians e Moro após a palestra “Empresas e Corrupção” (Divulgação)
Na Carta Capital, em 2016, o repórter André Barrocal mostrou que o escritório tem relações estreitas 
com o Golpe dos canalhas e canalhas: foi contratado (sem licitação) para arbitrar uma disputa 
milionária envolvendo o Porto de Santos e o Grupo Libra. Além disso, dois de seus sócios redigiram 
um pedido de cassação da presidenta Dilma, entregue ao então presidente da Câmara, Eduardo 
Cunha, pelo ex-ator pornô Alexandre Frota.
Há suspeitas, também, de que dois jatinhos do escritório Nelson Willians teriam sido utilizados para 
transportar deputados pró-Golpe no fim de semana da abertura do impeachment na Câmara.
O escritório também assinou um contrato suspeito com o Banco do Brasil em 2016, após o banco 
resolver terceirizar quase metade de suas demandas jurídicas.
O Diário do Centro do Mundo, em matéria de Joaquim de Carvalho, lembra que o escritório, um dos 
maiores escritórios de advocacia do Brasil, tem a Petrobras como um de seus principais clientes.
Uma rápida pesquisa pelo Google comprova a relação.
Esse tipo de palestra, normalmente, tem um custo alto. Segundo o DCM:
Lula, por exemplo, cobrava 200 mil dólares por palestra, o mesmo valor das palestras do ex-
presidente Bill Clinton, e foi questionado pelos procuradores da Lava Jato, que vazaram à imprensa 
as informações sobre as palestras como indício de corrupção.
Para se defender, Lula apresentou a relação de palestras que fez e nelas havia grandes empresas sem 
nenhum relação com a Petrobras, incluindo a Globo.
Se Lula foi pressionado por conta das palestras que realizava, por que Moro pode fazer as suas sem 
ser questionado, ainda mais levando em consideração que uma delas teve o patrocínio de um 
escritório que é contratado pela Petrobras?
Está explicada, então, a presença do Pedro Malan Parente no evento 

Em tempo: a própria Petrobrax também foi apoiadora do evento em que Moro foi agraciado 
"Personalidade do Ano": pagou U$26 mil dólares por uma das mesas do evento!
Em tempo²: via PT na Câmara: O deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ) vai denunciar o juiz Sérgio 
Moro ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por conflito de interesses envolvendo a Petrobras e um 
escritório de advocacia de São Paulo. Damous enxergou grave violação do Código de Ética da 
Magistratura, o qual deveria ser observado pelo juiz de Curitiba.
Moro participou como palestrante de evento em Nova York, organizado pelo pré-candidato João 
Doria (PSDB) e que teve entre os seus patrocinadores o escritório de advocacia Nelson Wilians, que 
atende a Petrobras. “Ele (Moro) fez um périplo, nas últimas semanas, pelos EUA. Foi à Nova Iorque, 
em um evento com a participação de João Doria, com quem ele tem relações promíscuas, como, 
aliás, tem com todo tucanato”, acusou.
Em tempo³: veja no PiG cheiroso: "Doria usou jato de advogado particular"

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