domingo, 6 de maio de 2018

3ª Feira Nacional da Reforma Agrária


Programação com shows, seminários, gastronomia e feira de produtos da reforma agrária 
cativou a população

Brasil de Fato – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou o balanço de 
público e das atividades realizadas durante a terceira edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, 
que aconteceu de quinta-feira (3) até esse domingo (6), no Parque da Água Branca, em São Paulo.
Cerca de 260 mil pessoas visitaram a feira durante os quatro dias de atividades, número que supera 
em quase 100 mil o público da segunda edição, em 2017. No total, foram 420 toneladas de uma 
variedade de 1.530 tipos de produtos diferentes comercializados. Na Culinária da Terra, foram 
oferecidos à população 75 pratos diferentes.
Bárbara Loureiro, do Setor de Produção do MST, explica que para um evento tão grande, além dos 
1.215 feirantes, uma grande equipe foi envolvida.
“Além dos feirantes, que está na venda dos produtos, na Culinária da Terra, a feira é toda pensada, 
construída e organizada por nós. São cerca de 300 pessoas organizadas em diferentes equipes de 
trabalho para dar conta do todo da feira. Temos uma equipe de trabalho que cuida de toda a 
infraestrutura, da segurança do parque, da limpeza, da ornamentação, que está bem bonita, na 
Ciranda Infantil, que é um espaço de cuidado com as nossas crianças, um espaço de saúde para o 
cuidado com quem está aqui trabalhando, com os nossos feirantes. Então existe toda uma divisão de 
tarefas para dar conta desses quatro dias de feira”.
Prestação de contas
Também do setor de produção, Milton Fornazieri destacou que o evento cumpriu com os objetivos 
definidos pelo MST em sua concepção.
“Estamos chegando na reta final da nossa feira e achamos que ela cumpriu muito bem com sua 
finalidade, com o objetivo que foi proposto. Esperávamos, e estamos cumprindo, que a feira seja um 
espaço de diálogo com a população paulistana, com a classe trabalhadora de São Paulo e isso vem 
acontecendo em cada espaço da feira, tanto na Culinária da Terra, na feira em si, na venda dos 
produtos, bem como nos espaços culturais, durante esses quatro dias”.
Fornazieri informou ainda que os produtos excedentes, que não foram vendidos, serão doados a 
organizações e entidades paulistas.
O coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, disse que a feira tem sido uma espécie de 
prestação de contas do MST à sociedade, pelas mais de três décadas de luta do movimento em defesa 
do direito à terra e à alimentação saudável.
“O mais importante, além desses números, é todo o processo de prestação de contas, dos 34 anos de 
lutas e conquistas do MST, fomos construindo esses espaços de produção, de organização da 
produção agrícola, de cooperação. E são Paulo deu uma resposta muito linda, e o povo do MST sai 
muito feliz daqui, porque passo nesses dias mais de 260 mil pessoas. E isso por si só é uma agrária”, 
afirmou.
Rodrigues se referiu ainda à chamada feira Agrishow, organizada por empresários do agronegócio, e 
que ocorreu paralelamente à Feira da Reforma Agrária, no interior do estado. “Nós demos uma 
resposta à feira do ‘agroshow’, que está acontecendo em Ribeirão Preto. Eles montam uma feira que 
só tem veneno e máquina, trator, e nós montamos uma feira que tem produção, tem alimentos e tem 
gente. Essa é uma comparação entre dois modelos e reflete a disputa que vai se dar nos próximos 
anos na sociedade”.
Além da comercialização dos produtos da reforma agrária, 367 artistas se revesaram nos dois palcos 
em apresentações culturais que lotaram o Parque da Água Branca, entre eles nomes consagrados 
como Otto, Ana Cañas, Ilê Ayê e a bateria da escola de samba Paraíso da Tuiuti. O show de 
encerramento conta com a performance de nada mais, nada menos que Martinho da Vila.


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