segunda-feira, 19 de março de 2018

TV GLOBO AGONIZA! BALANÇO DE 2017 É A NOTÍCIA FÚNEBRE

O direito de herança arruinou o PiG. Caiu a receita; a TV aberta deu prejuízo pela primeira 
vez; e a distribuição de dividendos murchou

A análise do balanço da Globo Overseas justifica a posição do ​precioso ​informante do Conversa 
Afiada​, Valdir Macedo​: ​ele ​não ​quer ​comprar a Globo, porque ​o lucro não é da TV, mas ​da ​Globosat 
e, principalmente, não operacional​ (ou seja, juros)​.
Os filhos do Roberto Marinho fazem caixa para atravessar 2018 com a previsão de que o prejuízo na 
TV aberta jamais será revertido.
Daí, distribuem dividendos murchos...
Até murcharem eles mesmos...
O Conversa Afiada reproduz, a partir dessas fúnebres conclusões, autorizada análise de Samuel 
Possebon, estrela da constelação da Teletime:
Saiu o balanço do Grupo Globo referente ao ano de 2017. Conforme este noticiário havia antecipado 
em análise publicada no ano passado, pela primeira vez a TV Globo teve resultado operacional 
negativo, numa combinação de queda de receitas que não foram acompanhadas por uma redução 
proporcional nos custos (possivelmente por conta da contabilização dos custos de direitos para a 
Copa do Mundo). De qualquer maneira, considerando os resultados financeiros, o grupo ainda teve 
um lucro bastante significativo, praticamente estável em relação ao ano de 2016. A novidade é que a 
distribuição de dividendos aos acionistas despencou no ano passado.
Receitas
Em termos de receita, houve uma queda expressiva na controladora (TV Globo e operações de 
Internet), mas também uma queda nas controladas (TV paga e mídia impressa), o que se refletiu no 
resultado consolidado. A receita líquida da controladora foi de R$ 9,779 bilhões em 2017, contra R$ 
10,247 bilhões em 2016. A queda, de 4,5%, se deve ao mercado publicitário, já que a receita líquida 
considera principalmente os resultados de vendas, publicidades e serviços. Ou seja, a Globo teve 
uma perda de R$ 468 milhões. Considerando o resultado consolidado (incluindo TV paga e mídia 
impressa) a queda na receita foi um pouco maior, de R$ 531 milhões, totalizando em 2017 uma 
receita líquida de R$ 15,332 bilhões (contra R$ 14,801 bilhões em 2016, o que significa uma queda 
de 3,4%). Mesmo com a queda no mercado de TV por assinatura, a piora no resultado da Globo se 
explica principalmente pela retração (ou maior concorrência) no mercado publicitário. A boa notícia 
é que o ritmo de queda de receitas do grupo desacelerou em relação a 2015 e 2016, quando vinha 
ficando na casa dos 10%.
Resultado operacional
Os custos da controladora permaneceram praticamente estáveis, com um leve aumento nas despesas 
administrativas, o que levou a Globo a um resultado operacional líquido negativo em R$ 83,3 
milhões, contra um resultado positivo em 2016 de R$ 191 milhões. Esta queda no resultado 
operacional já vinha sendo sentida nos últimos três anos, mas é a primeira vez que um resultado 
negativo é registrado na controladora.
Olhando-se os resultados consolidados, percebe-se que as outras empresas do grupo ainda 
contribuem positivamente, de modo que o resultado operacional volta a ficar positivo, ainda que 
menor. Em 2016, o resultado operacional líquido consolidado havia sido de R$ 2,07 bilhões, e em 
2017 este número baixou para R$ 1,8 bilhão, uma queda de 13% aproximadamente.
Lucro
A Globo, contudo, tem um patrimônio e caixa acumulados que asseguram um importante resultado 
nas receitas financeiras, o que faz com que o grupo apresente lucro, mas é importante notar que 
houve, de 2016 para 2017, uma queda expressiva nas receitas financeiras, possivelmente em 
decorrência da distribuição de dividendos ocorrida em 2016. Em 2017, a receita financeira 
consolidada foi de R$ 943,4 milhões, contra R$ 1,617 bilhão em 2016, ou seja, uma queda de mais 
de 41%.
Ainda assim, esta receita financeira assegurou um lucro expressivo ao grupo Globo. Em 2017, o 
resultado final foi positivo em R$ 1,853 bilhão, contra R$ 1,956 bilhão em 2016, uma queda de 5,2%.
Dividendos
Um fato a se destacar é que a distribuição de dividendos aos acionistas em 2017 foi a menor 
registrada em mais de uma década de acompanhamento dos balanços do grupo. No ano passado, 
foram pagos R$ 116 milhões, contra R$ 2,53 bilhões no ano anterior. Isso produziu um efeito 
importante no balanço: a retomada da trajetória de aumento do caixa, que passou de R$ 2,45 bilhões 
para R$ 2,97 bilhões, depois de uma expressiva queda em 2016. Ao que tudo indica, a Globo busca 
assegurar um colchão financeiro para enfrentar os próximos anos.

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