Neste 8 de março, 800 mulheres de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico
do jornal da família Marinho no Rio de Janeiro; objetivo da ação, iniciada às 5h30 da manhã,
é denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira;
manifestantes destacam a articulação da Globo contra a democracia; jornal O Globo, que
apoiou os golpes de 1964 e 2016, foi peça central na destruição da democracia brasileira desde
o impedimento da presidenta Dilma em 2016 até perseguição ao ex-presidente Lula, para
inviabilizá-lo como candidato em uma eleição democrática.
247, com informações do Levante Popular da Juventude – protesto no Dias Internacional da Mulher,
800 mulheres de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico do jornal impresso no
Rio de Janeiro, que pertence ao grupo Globo Comunicação. O objetivo da ação, iniciada às 5h30 da
manhã, é denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira. Elas
destacam a articulação da Globo no processo do golpe, desde o impedimento da presidenta Dilma em
2016 até perseguição ao presidente Lula, para inviabiliza-lo como candidato em uma eleição
democrática.
Participaram mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Levante Popular da
Participaram mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do Levante Popular da
Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores,
além de moradoras de comunidades da cidade. “A Globo promove os golpes em pró de seus
interesses empresariais, não interessa as consequências para o país. Por isso ela é criminosa. Ela não
é inimiga só dos trabalhadores, ela é inimiga de toda a nação”, afirmou Ana Carolina Silva, do
Levante Popular da Juventude.
Intervenção contra os direitos
As mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos do povo da
As mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos do povo da
intervenção militar no Rio de Janeiro. Com o mote “A Globo promove intervenção para dar golpe na
eleição” elas lembram que o próprio golpista Michel Temer declarou que vai suspender o decreto
caso tenha maioria na Câmara e no Senado para votar a reforma da Previdência.
Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma questão eleitoral e de um
Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma questão eleitoral e de um
processo de coação social. “A Globo e os articuladores desse processo abordam a intervenção militar
no Rio de Janeiro como medida de segurança. Ao mesmo tempo em que ela promove o medo para
manter a classe trabalhadora calada, Temer e aliados se aproveitam de um anseio da sociedade para
esconder sua estratégia eleitoral”, explica.
A dirigente ressalta ainda que a empresa tem interesses econômicos na Reforma da Previdência. “A
globo opera ativamente na política para manter seus lucros e o monopólio sobre a mente das pessoas.
No caso da previdência, ela está diretamente ligada à Mapfre Seguros, uma empresa que presta
serviços de previdência privada”. Para ela, o momento caracteriza um desvio de função das Forças
Armadas. “Tanques e soldados armados com fuzil não resolvem a violência. Os militares deviam
cuidar de proteger nossa soberania, inclusive as riquezas como o petróleo, a água, as terras, que o
golpista está entregando numa bandeja para o capital internacional”, afirma.
Ana Paula Silva destaca que a taxa de desemprego beira a 12% e, assim com o desmonte de serviços
básicos de educação e saúde, são fatores que contribuem para o aumento da violência. “O crime se
combate com o desenvolvimento de uma política de segurança e não com intervenção militar.
Sabemos que o caminho é crescimento econômico e políticas públicas para o povo, mas para garantir
isso precisamos retomar a democracia que perdemos com o golpe. Garantir eleições sem fraude é
central para barrar os ataques aos direitos dos brasileiros”, garante a militante.
Decadência
O parque gráfico ocupado é o maior da América Latina. Sua construção foi, em parte, financiada
pelo BNDES, com o montante de R$ 217 milhões, em valores atuais. Ele foi projetado para a
impressão de 800 mil jornais diários, mas a média de produção do O Globo em 2017 não passa de
130 mil exemplares/dia, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ou seja, não
utiliza nem 50% da capacidade produtiva.
“Este lugar é um elefante branco a serviço da desinformação. Com tanto recurso público investido,
deveriam ao menos se dignar a fazer um jornalismo de qualidade. Não é à toa que o jornal está em
decadência. As trabalhadoras não engolem mais as mentiras e manipulações da Globo”, afirmou.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por lema a célebre
frase de Rosa Luxemburgo “Quem não se movimenta, não sente as cadeias que a prendem”.
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