quinta-feira, 29 de março de 2018

HOMENS QUE SACARAM ARMAS CONTRA MEMBROS DA CARAVANA SÃO POLICIAIS E DELEGADO QUE INVESTIGAVA ATENTADO AO LULA DIZ QUE PERDEU INQUÉRITO POR RAZÕES POLITICAS


Reportagem da revista Fórum mostra que pelo menos dois soldados da Brigada Militar no 
município de Bagé (RS), no último dia 19 de março, sacaram suas armas e apontaram para 
integrantes da caravana Lula pelo Brasil; o homem armado que aparece em destaque na 
imagem acima é conhecido como Soldado Corrêa e faria parte de uma equipe de inteligência 
da brigada, que se mistura em manifestações vestindo trajes civis, teoricamente em busca de 
identificar e impedir atitudes violentas e contrárias à lei realizadas durante protestos populares.

Revista Fórum -Pelo menos dois soldados da Brigada Militar no município de Bagé (RS), no último
dia 19 de março, sacaram suas armas e apontaram para integrantes da caravana Lula pelo Brasil. O 
homem armado que aparece em destaque na imagem acima é conhecido como Soldado Corrêa e 
faria parte de uma equipe de inteligência da brigada, que se mistura em manifestações vestindo trajes 
civis, teoricamente em busca de identificar e impedir atitudes violentas e contrárias à lei realizadas 
durante protestos populares.
Testemunhas que estavam no local, no entanto, afirmam que os policiais em questão em nenhum 
momento tentaram impedir a violência de manifestantes pró-Jair Bolsonaro e apenas sacaram suas 
pistolas quando integrantes da Caravana Lula pelo Brasil se aproximaram de um grupo da direita que 
agrediam um participante da caravana.
Um integrante da marcha que teve uma das armas apontada para o seu peito, e que pediu para não ser 
identificado por temer represálias, descreveu: "Eram pelo menos quatro homens armados. Nossos 
companheiros estavam sendo agredidos do lado deles, e não fizeram nada. Quando chegamos para 
ajuda-los, então os homens sacaram as armas, apontaram para nós mandando que a gente ficasse 
longe. Em nenhum momento se identificaram como policiais. em nenhum momento pareceu que 
estavam ali para manter a lei e a ordem", descreve o membro da caravana.
Já a Brigada Militar não confirma nem nega que os homens da foto são policiais. A reportagem da 
Fórum conversou com o major Euclides Maria da Silva Neto, chefe da comunicação da Brigada 
Militar, e mostrou a ele as imagens. Ele disse não identificar de pronto o rosto dos agentes, mas disse 
que a brigada mantém agentes infiltrados em manifestações e concluiu afirmando que "a Brigada 
Militar está apurando as circunstâncias que envolvem o fato".
Delegado que investigava atentado à caravana diz que perdeu 


Delegado Wilkinson diz que jamais permitirá interferência política e reafirma tese de tentativa 
de homicídio no atentado a Lula

O delegado que foi afastado do inquérito sobre o atentado a Lula divulgou nota, em papel timbrado do Sindicato dos Delegados de Policia do Estado do Paraná, do qual é diretor de comunicação. Ele confirma o que tinha dito em conversas no grupo de WhatsApp, às quais o DCM teve acesso.
“O enquadramento legal dado a um caso por um Delegado de Polícia deve se fundamentar exclusivamente em critérios técnicos, jamais em critérios políticos, pois Polícia é neutra. “Os governos passam, as sociedades morrem, a polícia é eterna…” (Honoré de Balzac)”, escreveu ele. Na nota, ele lembra que era dele o plantão no dia do atentado — pelas regras de distribuição de inquérito, a investigação deveria ser mantida sob sua condução — o que não ocorreu.
Segundo reportagem da revista Veja, a Secretaria de Segurança Pública não gostou da declaração que ele deu, no sentido de que considerava tentativa de homicídio o ocorrido em Laranjeiras do Sul.
“Não há precipitação alguma em concluir o óbvio, que se há disparo de arma de fogo em direção a diversas pessoas em um ônibus, isso será considerado, em um primeiro momento, tentativa de homicídio, aqui e em qualquer lugar do mundo, embora se respeite opiniões diversas, desde que juridicamente fundamentadas”, insistiu ele.
Por fim, escreveu:
“Este Delegado possui 10 anos de experiência auxiliando os Procuradores em investigações no honroso Ministério Público do Trabalho e dois anos na nobre Polícia Civil do Paraná e jamais permitirá interferências políticas, de quem quer que seja, no exercício de suas atribuições, posto que isso sim seria um atentado à ordem jurídica em vigor e à função de Delegado de Polícia e adotará, se necessário for, as devidas medidas legais e administrativas contra qualquer pessoa que interfira no livre exercício do seu múnus público de defender a tão sofrida sociedade do interior paranaense.”

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