Partido Democrático, atualmente no governo, deve ir para oposição; resultado aponta eventual
governo liderado por Matteo Salvini ou Luigi Di Maio
O voto antissistema é o grande vencedor das eleições legislativas deste domingo (04/03) na Itália.
Apesar de não serem aliados, o populista eurocético Movimento 5 Estrelas (M5S) e a
ultranacionalista Liga Norte devem conquistar metade ou mais dos assentos no Parlamento.
Enquanto isso, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e, de certa forma, o Força Itália
Enquanto isso, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e, de certa forma, o Força Itália
(FI), legenda de centro-direita presidida por Silvio Berlusconi, que teve um resultado abaixo do
esperado, amargam duras derrotas.
Às 9h20, com 98% das urnas apuradas, o M5S liderava para a Câmara, com 32,58% dos votos. Em
seguida, aparecia a Liga Norte, com 17,57%; o PD com 18,75% e a FI com 14,07%. Neste caso, a
coalizão de centro-direita (composta pela Liga, pela FI e pelos ultranacionalistas Irmãos da Itália)
havia obtido 37% dos votos, no total, contra os cerca de 32% do 5 Estrelas e 22,93% da coalizão de
centro-esquerda, liderada pelo PD.
Já para o Senado, que tem 98% apurados, a situação é semelhante. O M5S lidera, com 31,97%,
seguido pelo PD, com 19,19%, pela Liga Norte, com 17,79%, e pela Forza Itália, com 14,46%.
Dessa maneira, a coalizão de centro-direita obtém 37,49% dos votos, contra 32,10% do M5S e
23,09% da centro-esquerda.
Apesar de os resultados mostrarem o Partido Democrático aparecendo como o segundo mais votado,
neste caso, o que conta é a coalizão – e os votos dados para a coalizão de centro-direita superam em
muito a centro-esquerda e por pouco o M5S, que concorreu sozinho e anunciou que não se coligará
com ninguém.
Segundo a lei eleitoral italiana, a coalizão que mais votos obtém ganha um número de cadeiras
adicional proporcional a seu resultado. Em tese, isso ajudaria alguma delas a ter maioria política e
estabilidade em um eventual governo.
Até agora, no entanto, nenhum partido ou coalizão tem maioria clara. Caso ninguém consiga formar
Até agora, no entanto, nenhum partido ou coalizão tem maioria clara. Caso ninguém consiga formar
governo, o presidente Sergio Mattarella pode convocar novas eleições.
Os resultados definitivos, com número de cadeiras em cada Casa, devem ser divulgados nas
próximas horas.
Movimento 5 Estrelas
Individualmente, o Movimento 5 Estrelas se tornou o partido mais votado do país, justamente no
Movimento 5 Estrelas
Individualmente, o Movimento 5 Estrelas se tornou o partido mais votado do país, justamente no
momento em que ele parecia mais exposto: sem seu ideólogo, Gianroberto Casaleggio, morto em
2016, e sem seu fundador e rosto mais conhecido, Beppe Grillo, que pouco participou da campanha.
Comediante de carreira, Grillo abriu espaço para seu "pupilo" de 31 anos, o vice-presidente da
Comediante de carreira, Grillo abriu espaço para seu "pupilo" de 31 anos, o vice-presidente da
Câmara dos Deputados Luigi Di Maio, que assumiu as rédeas do movimento e supera uma série de
escândalos, inclusive um sobre reembolsos falsos feitos por seus parlamentares.
"Se os dados se confirmarem, será um triunfo do M5S, uma verdadeira apoteose, que demonstra a
"Se os dados se confirmarem, será um triunfo do M5S, uma verdadeira apoteose, que demonstra a
qualidade de nosso trabalho e que todos deverão falar conosco, e essa será a primeira vez", afirmou o
deputado Alessandro Di Battista, um dos expoentes do movimento. Di Maio assumiria o governo,
caso o M5S obtenha uma eventual (e até o momento improvável) maioria.
Nascido de um blog e controlado por uma empresa privada, a consultoria de informática Casaleggio
Nascido de um blog e controlado por uma empresa privada, a consultoria de informática Casaleggio
Associati, o M5S toma suas principais decisões por meio de votações online e ganhou força calcado
no voto de protesto. Passados quase 10 anos de sua fundação, em 2009, agora vai se acostumando às
instituições.
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