segunda-feira, 5 de março de 2018

COMO PREVISTO PARTIDO 5 ESTRELAS VENCE ELEIÇÃO NA ITÁLIA... E A ÚNICA NOVIDADE É BERLUSCONI 81 ANOS!!


Partido Democrático, atualmente no governo, deve ir para oposição; resultado aponta eventual 
governo liderado por Matteo Salvini ou Luigi Di Maio

O voto antissistema é o grande vencedor das eleições legislativas deste domingo (04/03) na Itália. 
Apesar de não serem aliados, o populista eurocético Movimento 5 Estrelas (M5S) e a 
ultranacionalista Liga Norte devem conquistar metade ou mais dos assentos no Parlamento.
Enquanto isso, o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e, de certa forma, o Força Itália 
(FI), legenda de centro-direita presidida por Silvio Berlusconi, que teve um resultado abaixo do 
esperado, amargam duras derrotas.
Às 9h20, com 98% das urnas apuradas, o M5S liderava para a Câmara, com 32,58% dos votos. Em 
seguida, aparecia a Liga Norte, com 17,57%; o PD com 18,75% e a FI com 14,07%. Neste caso, a 
coalizão de centro-direita (composta pela Liga, pela FI e pelos ultranacionalistas Irmãos da Itália) 
havia obtido 37% dos votos, no total, contra os cerca de 32% do 5 Estrelas e 22,93% da coalizão de 
centro-esquerda, liderada pelo PD.
Já para o Senado, que tem 98% apurados, a situação é semelhante. O M5S lidera, com 31,97%, 
seguido pelo PD, com 19,19%, pela Liga Norte, com 17,79%, e pela Forza Itália, com 14,46%. 
Dessa maneira, a coalizão de centro-direita obtém 37,49% dos votos, contra 32,10% do M5S e 
23,09% da centro-esquerda.
Apesar de os resultados mostrarem o Partido Democrático aparecendo como o segundo mais votado, 
neste caso, o que conta é a coalizão – e os votos dados para a coalizão de centro-direita superam em 
muito a centro-esquerda e por pouco o M5S, que concorreu sozinho e anunciou que não se coligará 
com ninguém.
Segundo a lei eleitoral italiana, a coalizão que mais votos obtém ganha um número de cadeiras 
adicional proporcional a seu resultado. Em tese, isso ajudaria alguma delas a ter maioria política e 
estabilidade em um eventual governo.
Até agora, no entanto, nenhum partido ou coalizão tem maioria clara. Caso ninguém consiga formar 
governo, o presidente Sergio Mattarella pode convocar novas eleições.
Os resultados definitivos, com número de cadeiras em cada Casa, devem ser divulgados nas 
próximas horas.
Movimento 5 Estrelas
Individualmente, o Movimento 5 Estrelas se tornou o partido mais votado do país, justamente no 
momento em que ele parecia mais exposto: sem seu ideólogo, Gianroberto Casaleggio, morto em 
2016, e sem seu fundador e rosto mais conhecido, Beppe Grillo, que pouco participou da campanha.
Comediante de carreira, Grillo abriu espaço para seu "pupilo" de 31 anos, o vice-presidente da 
Câmara dos Deputados Luigi Di Maio, que assumiu as rédeas do movimento e supera uma série de 
escândalos, inclusive um sobre reembolsos falsos feitos por seus parlamentares.
"Se os dados se confirmarem, será um triunfo do M5S, uma verdadeira apoteose, que demonstra a 
qualidade de nosso trabalho e que todos deverão falar conosco, e essa será a primeira vez", afirmou o 
deputado Alessandro Di Battista, um dos expoentes do movimento. Di Maio assumiria o governo, 
caso o M5S obtenha uma eventual (e até o momento improvável) maioria.
Nascido de um blog e controlado por uma empresa privada, a consultoria de informática Casaleggio 
Associati, o M5S toma suas principais decisões por meio de votações online e ganhou força calcado 
no voto de protesto. Passados quase 10 anos de sua fundação, em 2009, agora vai se acostumando às 
instituições.

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